“Quem apoia ditador, ditador também é”, disse, nesta quinta-feira (15), em sessão no Senado, o senador Márcio Bittar (UB-AC), ao acusar os partidos de esquerda e seus candidatos de negarem que a direção nacional do PT e de seu líder maior, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apoiam o sistema político atualmente em vigor na Venezuela e sob o comando do presidente chavista Nicolas Maduro.
Segundo Bittar, “a esquerda foge deste debate” e por isso costuma dizer que uma eleição municipal, como a que vai ocorrer agora em outubro, é algo paroquial, cujo debate que interessa é do esgoto e dos buracos nas ruas.
“Quando dizem esses candidatos que querem debater só o esgoto e o saneamento é para fugir do debate ideológico, para esconder e fugir do debate ideológico. Quando falam de esgoto, esses candidatos não dizem que não se avança nesta área sem ajuda da União, essa mesma União que no momento apoia Maduro”, afirmou. “Querer transformar a campanha apenas no debate do buraco e da calçada, é um desrespeito ao eleitor”, acrescentou o senador.
O debate sobre o que vem acontecendo na Venezuela, onde o presidente Maduro vem sendo questionado por diferentes nações ao redor do mundo como um ditador que fraudou a última eleição e vem prendendo seus opositores para permanecer no poder, no Brasil é tratado em segundo plano porque o governo brasileiro, através do presidente Lula, ainda não se manifestou contra as ações de Maduro. Quando o debate é suscitado, segundo Márcio Bittar, os petistas e seus apoiadores fogem dizendo que nas eleições municipais o que interessa são as melhorias nas áreas de esgoto e de buracos nas ruas.
O debate ineternacional foi trazido por Márcio Bittar para o Senado brasileiro para situá-lo em relação às eleições municipais no Acre, principalmente nos dois principais municípios do Estado, Rio Branco e Cruzeiro do Sul. Nos dois municípios o PT e os demais partidos que apoiam o governo de Lula apoiam candidatos adversários do PL – caso de Marcus Alexandre em Rio Branco e Jéssica Sales, em Cruzeiro do Sul, candidatos do MDB mas veladamente apoiados pelo PT e outros partidos com viés de esquerda.
“Por isso, a esquerda foge deste debate porque não quer admitir que o PT e seus aliados apoiam Maduro. Por isso, eu digo: quem apoia ditador, ditador também o é. Daí que a esquerda quer transformar o debate da eleição municipal numa coisa menor, paroquial, de buracos nas ruas. Isso desrespeita a inteligência do eleitor”, disse.