São Paulo — O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) negou o pedido para que Daiane dos Santos Farias, de 34 anos, condenada a 4 anos, 8 meses e 20 dias de prisão em regime fechado por ter cortado o pênis do marido e jogado na privada em Atibaia, no interior de São Paulo, respondesse pelo crime em liberdade.
Segundo apuração da TV Vanguarda, os advogados de defesa da mulher pediram à Justiça, após a condenação, o direito de Denise recorrer em liberdade da decisão, ou pelo menos substituir a pena por prisão familiar.
A 3ª Câmara de Direito Criminal do TJSP negou o pedido, em uma decisão do relator Jayme Walmer de Freitas dessa quinta-feira (15/8). O desembargador afirmou que a detenção é necessária pelas circunstâncias do crime e que se trata de um caso de lesão corporal gravíssima.
“Forçoso admitir que Daiane foi presa por crime cujas circunstâncias denotam gravidade em concreto do delito e revelam periculosidade social de seu autor, justificando a necessidade de custódia preventiva para acautelar a ordem pública, vislumbrando, igualmente, que outras medidas cautelares alternativas ao cárcere se mostram ineficazes ao caso em tela”, diz o relator em um trecho da decisão obtida pela TV Vanguarda.
Traição
Daiane segue presa. Ela foi condenada em maio deste ano.
Em seu interrogatório, ela afirmou que iniciou o planejamento do crime assim que descobriu que o marido havia transado com a sobrinha dele, de 15 anos, em sua cama, no dia do seu aniversário.
Após alguns dias, ela decidiu comprar uma lingerie nova e levou a vítima para cama, imobilizou os braços dele na cabeceira, pegou uma navalha usada para fazer sobrancelhas e amputou o pênis de Gilberto. No momento do crime, ela falou a Gilberto que estava fazendo aquilo para nunca mais ser traída.
Na sequência, Daiane tirou uma foto do pênis amputado do marido e postou no grupo da família dele no WhatsApp e, posteriormente, jogou o órgão genital na privada.
Ensanguentado, Gilberto tentou pegar a chave do carro para ir ao hospital, mas a mulher a jogou pela janela. A vítima teve que ir a pé a Unidade de Pronto Atendimento mais próxima, deixando um rastro de sangue pelo caminho.
Troca de cartas
Em depoimento à justiça, Gilberto de Oliveira afirmou “a culpa foi toda minha. Eu não poderia ter traído a minha esposa com a minha sobrinha. Ela não merecia isso”, o que ajudou a ré a não pegar uma sentença mais alta.
Assim que o crime foi cometido, o homem afirmava que havia sido vítima de tentativa de homicídio e dizia que não perdoaria a companheira de jeito nenhum, “até porque quem perdoa é Deus”.
Porém, ele mudou de opinião e no dia 15 de março, enviou a primeira carta a mulher, dizendo que queria saber como ela estava. Duas semanas depois, Daiane encaminhou a resposta da Penitenciária Feminina de Mogi Guaçu. A troca de cartas (fotos na galeria) é marcada pelo arrependimento mútuo.
Gilberto classifica a traição como um “deslize em que a nossa desgraça começou” e a mulher trata o crime como o momento em que “nosso castelo desmoronou”. Os dois ainda fazem juras de amor e planos para quando ela deixar a cadeia.