Aids volta assustar com aumento de casos na fronteira da Bolívia com o Acre e descoberta de nova cepa

Fundação Oswaldo Cruz anuncia nova variante do vírus em três estados brasileiros; Em Brasiléia e Epitaciolandia, no Acre, preocupação é com o aumento de casos na juventude em Cobija, na Bolivia

No momento em que pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com uma instituição sul-africana, anunciam a descoberta de um novo subtipo do vírus HIV já em circulação no Brasil, presentes no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e na Bahia, na fronteira do Acre coma Bolívia surge uma nova preocupação em relação à doença.

Nos últimos dias, a TV Pando, emissora de televisão instalada em Cobija, cidade boliviana na fronteira com Brasiléia e Epitaciolândia, no Alto Acre, vem alertando para um surto do vírus da Aids na região, principalmente entre jovens.

O alerta vem sendo feito na TV pelo secretário de Epidemiologia da Secretaria de Desenvolvimento e Saúde (Sedes) de Cobija, Cristhian Soruco. Ele manifestou grave preocupação com o recente aumento de casos de HIV entre jovens no departamento de Pando. A preocupação das autoridades sanitárias brasileiras e bolivianas com o que ocorre na região é porque as relações sociais e econômicas das três cidades da fronteira são intensas.

Vírus HIV/Foto: Reprodução

Além de intensificar as campanhas de conscientização e educação sobre prevenção, a Sedes-Cobija está planejando fortalecer as medidas de rastreamento e apoio, com foco particular no grupo etário afetado. A secretaria pretende garantir que todos os infectados recebam o suporte e tratamento necessários, com o objetivo de reduzir a transmissão do vírus entre os jovens.

O epidemiologista Cristhian Soruco destaca a urgência dessas medidas. “Estamos tomando todas as medidas preventivas para enfrentar essa situação. A implementação de campanhas educativas nas escolas e a realização de testes rápidos visam identificar e tratar novos casos o mais cedo possível, sempre respeitando a autorização dos pais”, afirmou Soruco.

Além das ações locais, o secretário revelou uma importante colaboração entre o departamento de saúde de Pando e a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre). A parceria permite o intercâmbio de informações sobre casos de HIV na região de fronteira e garante que os bolivianos relatados com HIV em Cobija recebam suporte e tratamento adequado no Brasil. “Estamos trabalhando em colaboração com o governo do Acre para garantir que temos informações e soluções para nossos irmãos”, disse o secretário.

Essa colaboração é fundamental para garantir uma abordagem integrada e eficiente no combate ao HIV, especialmente em áreas fronteiriças onde a mobilidade pode impactar a saúde pública. Com essas iniciativas e o apoio do governo do Acre, a Sedes Pando.

O secretário boliano admitu que o aumento de casos entre os jovens é decorrente do pouco caso que a juventude faz em relação à doença. “Eles desdenham da doença e acham que estão totalmente protegidos, mas quando vem a notícia que tem HIV, o choque é igual ao de antigamente. Então o médico precisa explicar que a doença mudou e que hoje em dia é possível tratar melhor”, disse o secretário.

Enquanto isso, no Brasil, a preocupação atual é em relação a uma nova cepa registrada no território nacional. A nova variação do vírus foi detectada em amostras de pessoas soropositivas no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e na Bahia. O trabalho foi publicado nesta sexta (16), na revista Memórias, do Instituto Oswaldo Cruz.

A nova cepa e os novos casos preocupa a Unaids – programa das Nações Unidas criado em 1996 e que tem a função de criar soluções e ajudar nações no combate à AIDS – é reduzir o impacto socioeconómico da epidemia para acabar com a pandemia de Aids até 2030. De acordo coma o programa, a meta é para que 95% das pessoas que vivem com HIV sejam diagnosticadas; que 95% das pessoas que conhecem seu status sorológico estejam sob tratamento e que 95% das pessoas em tratamento estejam com supressão viral.

Países africanos que eram tidos como os mais afetados conseguiram alcançar os três índices chamados de 95 95 95. “Isso tem que ser meta em todo mundo!”, defende o programa.

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