Conflito na UFAC: alunos enfrentam agressões e fechamento de espaço acadêmico; VÍDEO

Segurança patrimonial e gestores da Ufac são acusados de agressões e boicote ao Centro Acadêmico de Licenciatura em História

Um novo episódio de tensão e confronto marcou o Centro Acadêmico de Licenciatura em História (Caliceh) da Universidade Federal do Acre (Ufac) neste sábado (17). A situação envolveu a troca de fechadura do espaço do Caliceh e supostas agressões físicas contra membros do centro acadêmico por parte da segurança da instituição. Segundo informações, essa crise reflete uma longa batalha política e burocrática pela formalização e reconhecimento do espaço.

Segundo o presidente do centro acadêmico, Kássyus Augusto, a porta do centro acadêmico foi novamente substituída para impedir o acesso dos estudantes. “Estamos desde o início da gestão buscando uma documentação que valide o espaço. Infelizmente, só temos conseguido migalhas da instituição e agressões apenas por reivindicar um direito tão básico que é nosso”, afirmou Kássyus.

Espaço do Caliceh após a ocupação/Foto: Redes sociais do Caliceh

Os alunos conseguiram abrir a porta do centro acadêmico sem precisar causar possíveis danos, mas o conflito escalou quando o chefe da segurança patrimonial da Ufac, Edízio Nascimento, agrediu fisicamente o Secretário Geral do Caliceh, Cristian Souza.

Chefe da segurança patrimonial da Ufac, Edízio Nascimento, em momento registrado no vídeo/Foto: Reprodução

Tudo ocorreu após uma série de tensões durante a tentativa dos alunos de reocupar o espaço, que havia sido fechado com cadeiras e outros objetos em um esforço de resistência. Kássyus relatou que, após a tentativa de entrada, a equipe de segurança ficou em frente ao espaço e ameaçou chamar a polícia federal. “O Edizio chegou muito agressivo, mandando todos saírem. Quando viu que a gente estava entrando de novo, ele agrediu o Cristian,” descreveu o presidente.

O centro acadêmio tem enfrentado dificuldades para assegurar um espaço físico próprio, uma luta histórica marcada por possível resistência e boicote por parte da gestão da Ufac. A gestão atual conseguiu manter o espaço por quatro meses, mas enfrenta constantes tentativas de desalojamento e falta de apoio institucional.

Integrantes do CALICEH unidos na luta pelo direito ao espaço acadêmico/Foto: Redes sociais do Caliceh

A Ufac, em resposta às acusações, emitiu uma Nota de Esclarecimento. Na nota, a universidade afirma que a equipe de segurança não agrediu alunos e que a ação foi uma resposta à invasão do prédio. Segundo a instituição, “a invasão, o dano ao patrimônio público e o desacato a um servidor público são atos graves e serão devidamente investigados pelas autoridades competentes.” A nota completa da Ufac está disponível ao final da matéria.

Porém, na tarde do sábado, o Caliceh publicou um vídeo que mostra o momento da agressão. O vídeo, que rapidamente se espalhou pelas redes sociais, revela o chefe de segurança se aproximando de forma agressiva e, após ser avisado que estava sendo gravado, é possível ouvir o som de um tapa.

A publicação do vídeo gerou uma onda de críticas ao posicionamento da universidade, revelando preocupações com a falta de segurança e acolhimento no ambiente acadêmico. Os alunos, que são muitos e passam longas horas na instituição entre aulas e atividades, envolvidos em movimentos e reivindicando direitos básicos, expressaram frustração com a carência dessas mesmas condições básicas para um estudante em uma instituição federal.

A crítica é ainda mais intensa entre os alunos mais vulneráveis, como aqueles com deficiência, além de mães e gestantes, que enfrentam desafios adicionais e precisam de um espaço que os comporte, para que tenham suporte especializado e acessibilidade.

A necessidade de garantir um ambiente inclusivo e acolhedor para todos tem sido um ponto central das reivindicações, e as sugestões incluem a criação de espaços seguros e adaptados para esses grupos e a implementação de políticas que garantam direitos e suporte adequado para todos os estudantes, de modo a evitar que enfrentem novamente situações semelhantes.

A maioria dos comentários nas redes sociais expressa revolta e solidariedade aos estudantes, com muitos destacando a natureza covarde da agressão e exigindo um posicionamento mais firme da universidade e dos órgãos responsáveis.

Nota de Esclarecimento da Ufac

A Universidade Federal do Acre (Ufac) vem a público esclarecer os fatos ocorridos neste sábado, 17 de agosto, no campus sede, em Rio Branco, relacionados ao incidente envolvendo a equipe de segurança patrimonial e alunos do Centro Acadêmico de História.

Contrariamente ao que tem sido veiculado, informamos que a equipe de segurança da Ufac não agrediu nenhum aluno. A ação da segurança foi necessária após a invasão de um prédio público, onde alunos arrombaram a porta, causando danos ao patrimônio público. Durante a ocorrência, o chefe da segurança da Ufac foi desrespeitado e desacatado pelos alunos presentes.

Esclarecemos que a invasão, o dano ao patrimônio público e o desacato a um servidor público são atos graves e serão devidamente investigados pelas autoridades competentes. A Ufac, como uma instituição de ensino superior, não coaduna com a depredação de bens públicos nem com a falta de respeito aos seus servidores.

A Ufac também se solidariza com o chefe da segurança do campus e reafirma seu compromisso com a integridade do patrimônio público e a segurança de toda a comunidade acadêmica. A situação foi devidamente denunciada às autoridades, e medidas serão tomadas para que os responsáveis sejam punidos de acordo com a lei.

Veja o vídeo do momento da agressão:

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