Um especialista em aviação da Áustria usou um simulador para reproduzir a situação enfrentada pelos pilotos do avião ATR-72 que caiu em Vinhedo (SP), no último dia 9. A queda em “parafuso” está associada à perda de controle da aeronave por suposta formação de gelo nas asas. As informações são do Fantástico.
O “parafuso” é uma condição na qual o avião perde altitude rodando no ar e é considerada praticamente impossível de ser revertida. Na simulação, o especialista, propositalmente, deixou avançar a formação de gelo no equipamento. O gelo tomou conta do para-brisa, parte das asas e outras partes da aeronave.
Na sequência, alarmes de “stoll”, que é a perda de controle, soaram na cabine. Na simulação, o controle foi recuperado ao abaixar o “nariz” da aeronave e aumentar a velocidade, depois de acionados os sistemas antiformação de gelo. No entanto, ficou ressalvado que, por ser uma situação muito rara, a conduta simulada não pode servir de parâmetro para o que realmente aconteceu ou os pilotos deveriam ter feito.
A hipótese de formação de gelo nas asas da aeronave é alimentada por dois motivos. O primeiro são informações meteorológicas da localidade de que havia temperaturas muito baixas nas nuvens. O segundo são relatos de pilotos que passaram pelo mesmo ponto onde transitou o voo da VoePass que se acidentou.
A formação de gelo acontece quando há umidade e gotas d’água em temperatura abaixo de zero, mas que ainda não passaram ao estado sólido. A presença de uma aeronave pode desequilibrar a conjectura e levar à formação de gelo. O gelo, quando não é desfeito, pode provocar alteração na geometria das asas e, consequentemente, perda de controle por parte da tripulação.
No acidente de Vinhedo, morreram 62 pessoas. O caso está em investigação, e a Força Aérea Brasileira (FAB) informou ao Metrópoles nessa semana que no momento é realizada a análise de dados. A VoePass afirma que todos os sistemas da aeronave estavam funcionando quando ela decolou de Cascavel (PR).