Seca: cidade do Acre decreta situação de calamidade; alimentos podem demorar 40 dias para chegar

Jordão fica a 460 km da capital Rio Branco e tem pouco mais de 9 mil habitantes

A Prefeitura de Jordão, no interior do Acre, decretou estado de calamidade pública por conta da seca extrema que tem atingido o município. Jordão é uma das cidades isoladas e depende, quase que exclusivamente, dos rios para abastecimento de insumos e alimentos, com o baixo nível dos rios, o isolamento se intensifica e as mercadorias podem levar até 40 dias para chegar.

Rios que cortam o município de Jordão estão com péssimas condições de navegabilidade/Foto: Defesa Civil de Jordão

Jordão fica a 460 km da capital Rio Branco e tem pouco mais de 9 mil habitantes. Em entrevista ao g1, a coordenadora da Defesa Civil do município, Maria José Feitoza, disse que a prefeitura já havia decretado situação de emergência devido à crise hídrica.

O decreto permanece em vigor por 180 dias. O documento considerou ainda a norma técnica da SEMA, que afirma que os efeitos do El Niño e do aquecimento dos oceanos é o que tem causado a pior estiagem dos últimos 40 anos na Amazônia, que afeta o Acre.

De acordo com a Prefeitura, a redução do nível de rios prejudica o transporte de mercadorias, podendo levar até 40 dias para que os alimentos cheguem ao município.

“Hoje, a população de Jordão sofre com a crise hídrica no município. Jordão decretou a situação de emergência devido à crise hídrica e hoje [terça, 20] foi publicado o decreto de calamidade pública. Isso porque o município não tem estradas que liguem a outra cidade. As coisas ou chegam de barco ou chegam de avião. Nesse período, os barcos que chegavam com 10 toneladas, estão chegando a 400 quilos no máximo, e demorando de 20 a quase 40 dias de Tarauacá para Jordão, que é de onde vêm as coisas. De avião, o quilo está custando R$ 8”, explicou a coordenadora da Defesa Civil ao g1.

Governo decreta situação de emergência

Na edição do Diário Oficial do Acre de 11 de junho, o governador Gladson Cameli decretou situação de emergência ambiental em decorrência da redução dos índices de chuvas e dos cursos hídricos, prejuízos sociais e econômicos, e riscos de incêndios florestais em todos os municípios do estado.

O decreto informa que o governo levou em consideração uma nota técnica apresentada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente.

O texto destaca que a previsão para os próximos meses é de uma tendência de redução da precipitação de chuvas, com o aumento de temperaturas e a queda do percentual da umidade relativa do ar.

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