Está em liberdade, desde a manhã desta quarta-feira (28), o ex-secretário de Esportes de Plácido de Castro, Liomar Jesus Mariano, que vinha preso desde dezembro do ano passado como um dos envolvidos no assassinato do ex-prefeito município, Gedeon de Barros, assassinado em Rio Branco, em maio de 2021.
Conhecido como Mazinho, ele seria o mandante do assassinato por desentendimentos financeiros ao longo da campanha eleitoral à reeleição do então prefeito, quando chegou inclusive a integrar a chapa de Gedeon de Barros como candidato a vice-prefeito. Ambos foram derrotados.
A liberdade do acusado, que deverá ficar em prisão domiciliar com uma série de cautelares, incluindo a tornozeleira eletrônica, foi decidida pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC).
Foram dois votos a um num colegiado de três desembargadores, que compõem a Câmara Criminal. Os desembargadores acolheram os argumentos dos advogados de defesa num habeas corpus. O relator do caso, desembargador Elson Sabo Mendes, recomendou o voto contrário à liberdade, mas os outros dois integrantes, Denise Bonfim e Francisco Djalma, foram favoráveis à concessão da liberdade.
O advogado de Mazinho Mariano, Wellington Silva, argumentou que o decreto de prisão preventiva havia excedido o prazo e que a medida passou a ser irregular e que o preso apresentava os requisitos necessários para aguardar o julgamento em liberdade, pela condição de réu primário e ter bom comportamento. As acusações contra Mazinho recaíram depois que o a Polícia Civil descobriu que, em fevereiro de 2021, três meses antes de Gedeon ser assassinado a tiros em Rio Branco, Mazinho ajuizou uma ação monitória contra o ex-prefeito e sua esposa, Maria Lúcia Dias da Silva Barros, alegando que o casal devia R$ 102.620,37, relativos à compra e venda de produtos em 2017, garantidos por uma nota promissória. Em 2021, a dívida foi atualizada para R$ 166.312,48, dos quais o casal pagou R$ 36.312,48. O problema da não quitação teria gerado a motivação para o assassinato, apontou a Polícia.
Agora em liberdade, Mazinho Mariano aguarda o julgamento, que envolve a ele e mais cinco pessoas. O julgamento do caso ainda não tem data estabelecida.
Outro suspeito ganhou liberdade
O comerciante Carmélio da Silva Bezerra, principal de seis implicados no assassinato do ex-prefeito de Plácido de Castro, Gedeon de Barros, morto a tiros em 20 de maio de 2021, em Rio Branco, ganhou a liberdade. Ele estava preso desde dezembro do ano passado como mandante do crime, mas conseguiu um habeas corpus através de seus advogados de defesa junto à Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Acre (TJAC). Ele foi solto no último dia 29 de julho.
A prisão foi substituída por medidas cautelares, segundo a decisão de dois dos desembargadores Denie Bonfim, Sauel Evangelista – Elcio Sabbo Mendes, o terceiro componente da Câmara Criminal do TJAC, votou contra.
A desembargadora Denise Castelo Bonfim, na condição de relatora do processo, proferiu sua decisão nos seguintes termos, segundo um dos trechos:
“À luz do princípio da presunção de inocência e da consequente excepcionalidade da prisão antecipada, a custódia cautelar, ou seja, a prisão, somente deve persistir em casos em que não for possível a aplicação de medida cautelar diversa”, disse um dos trechos da decisão.
O caso do assassinato do ex-prefeito, já encerrado pela Políca Civil, tem outros cinco réus presos. A data do julgamento ainda não foi marcada.