Região do Acre se torna a maior emissora de gases do efeito estufa no planeta

O Acre registrou 4.066 focos de queimadas entre 1° de janeiro a 10 de setembro de 2024, segundo os dados do BDQueimadas

Um levantamento do Copernicus, um projeto da União Europeia, apontou que a região da Amazônia Ocidental, composta por Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, foi a maior emissora de gases do efeito estufa no planeta nos últimos cinco dias.

Rio Branco ficou encoberta de fumaça nas últimas semanas/Foto: Juan Diaz/ContilNet

O estudo levou em consideração o volume de de aerossóis e de monóxido de carbono captado nessa área de emissão.

Os gases estão associados gases são associados aos que causam o efeito estufa na atmosfera, como o dióxido de carbono, que também é liberado nos incêndios, que vem batendo recordes nas últimas semanas.

“A região se tornou a maior emissora de gases de efeito estufa devido ao avanço do desmatamento e às queimadas”, disse o pesquisador da Universidade Federal do Amazonas, doutor Lucas Ferrante.

O Acre registrou 4.066 focos de queimadas entre 1° de janeiro a 10 de setembro de 2024, segundo os dados do BDQueimadas, plataforma usada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De acordo com um levantamento do g1, o número é 47% maior do que o registrado no mesmo período de 2023.

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Apesar da capital Rio Branco ter passado dias coberta de fumaça, a cidade que mais tem registros de incêndios florestais é Feijó, com 1.034 focos desde o início do ano, seguido de Tarauacá, com 686, Cruzeiro do Sul, com 474, Manoel Urbano, com 330 e Rio Branco, com 265 focos.

Os municípios que menos registraram focos de incêndios florestais foi Epitaciolândia, com 14 focos para o mesmo período em 2023, Plácido de Castro, com 18, e Capixaba, com 28.

Segundo o BDQueimadas, foram registrados 2.752 focos de incêndios florestais. O município que mais registrou focos em 2023 também foi Feijó, com 705 focos, seguido de Tarauacá, com 504, Cruzeiro do Sul, com 291, Rio Branco, com 174, e Marechal Thaumaturgo, com 133.

Cenário insalubre

Nesta semana, o Boletim da Seca, divulgado diariamente pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema), por meio do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), aponta que quatro cidades do Acre estão com a qualidade do ar considerada péssima.

A capital integra a lista com dois pontos de monitoramento com qualidade do ar péssima/Foto: Juan Diaz/ContilNet

As cidades de Porto Acre (154,74 μg/m³), Brasiléia (147,04 μg/m³) e Manoel Urbano (129,18 μg/m³) estão com qualidade do ar considerada péssima. Além delas, Rio Branco também integra a lista com dois pontos de monitoramento com qualidade do ar péssima, sendo na Ufac com 334,73 μg/m³ e no Centro com 153,03 μg/m³.

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As outras cidades com qualidade do ar acima da média aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Considerada muito ruim estão as cidades Sena Madureira (123,05 μg/m³), Santa Rosa do Purus (120,21 μg/m³), Assis Brasil (110,34 μg/m³), Xapuri (108,55 μg/m³) e Cruzeiro do Sul (85,68 μg/m³). As cidades consideradas ruim são Jordão (67,58 μg/m³), Tarauacá (58,93 μg/m³) e Feijó (55,09 μg/m³).

Medidas emergenciais

O governador Gladson Cameli anunciou, na última terça-feira (3), medidas emergenciais por conta da seca extrema que afeta todo o estado do Acre. Segundo o governador, as medidas são no eixo de fiscalização, policiamento ambiental e Defesa Civil, Saúde, Educação e Administração.

No eixo da fiscalização, as operações de combate ao desmatamento e queimadas ilegais devem ser intensificadas, além de fortalecer as campanhas educativas sobre queimadas, período de seca e os riscos ao meio ambiente e a saúde.

Além disso, na Saúde, a recomendação é que a população evite a prática de atividades físicas em locais abertos, manter portas e janelas fechadas para reduzir o nível de exposição a poluição do ar. O secretário de Saúde, Pedro Pascoal, anunciou que as equipes de saúde nas UPAS e Pronto-Socorro foram ampliadas, além do horário estendido até às 22h, e a abertura de 10 leitos no Hospital da Criança.

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