Desde o bloqueio do X, Musk criticou Moraes 107 vezes na rede social

O X, de Elon Musk, voltou a funcionar no Brasil nesta quarta-feira (18/9), mesmo com o bloqueio determinado pelo STF ainda vigente

Desde que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio da rede social X, no último dia 30 de agosto, Elon Musk, dono da plataforma, fez 107 publicações atacando a decisão ou o próprio magistrado. A decisão de Moraes depois foi confirmada pelos demais ministros da 1ª Turma e segue válida, apesar de a rede ter ficado on-line no Brasil desde a quarta (18/9) por dificuldades técnicas de manutenção do bloqueio.

O levantamento feito pelo Metrópoles levou em consideração todas as postagens feitas no período entre 30 de agosto e 18 de setembro.

O X voltou a ser acessado pelos internautas brasileiros, nesta quarta-feira/Foto: Reprodução

Sendo assim, em média, o bilionário Elon Musk fez cinco publicações por dia atacando instituições brasileira, a suspensão do X e o ministro Alexandre de Moraes num intervalo de 20 dias.

Na última publicação provocativa, segundo publicado pelo colunista do Metrópoles Igor Gadelha, feita na madrugada desta quarta, Musk fez uma alteração em uma famosa frase do escritor de ficção científica Arthur C. Clarke, que afirmava que “qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia”.

“Qualquer magia suficientemente avançada é indistinguível da tecnologia”, escreveu Musk no X.

“Volta” do X

O X voltou a ser acessado pelos internautas brasileiros, nesta quarta-feira (18/9), mesmo com o bloqueio da plataforma ainda vigente.

De acordo com a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), uma atualização da rede de Elon Musk fez com que ela operasse de modo diferente, utilizando endereços de IP vinculados ao serviço Cloudflare, dificultando um novo bloqueio.

Em nota, a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) esclarece que a mudança do endereço IP torna o bloqueio do X mais complicado.

Antes da decisão do ministro Alexandre de Moraes de bloquear a rede social no Brasil, a empresa de Elon Musk usava IPs específicos e passíveis de bloqueio.

O serviço Cloudflare faz uso de IPs dinâmicos, que mudam constantemente. E um possível bloqueio dos endereços dinâmicos e do Cloudflare poderia acarretar no prejuízo para outros serviços, como bancos e grandes plataformas de internet.

A Abrint alega que é impossível bloquear um IP dinâmico sem afetar outros serviços.

Alexandre de Moraes determinou a suspensão total da rede social depois que a plataforma descumpriu a ordem dada em 28 de agosto para indicar um representante legal no Brasil dentro de 24 horas. Em 31 de agosto, a plataforma ficou completamente fora do ar no país.

O ministro ainda bloqueou as contas da Starlink no Brasil, como forma de garantir o pagamento de multas impostas ao X por descumprir decisões do STF. As empresas são do bilionário Elon Musk.

Na semana passada, as empresas pagaram à União R$ 11 milhões da Starlink e R$ 7,2 milhões do X. Após o pagamento, Moraes determinou o desbloqueio das contas e dos ativos financeiros da Starlink no Brasil.

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