Com o ar mais poluído do mundo, Rio Branco deve enfrentar aumento de SRAG nos próximos dias, diz Fiocruz

Ao contrário da maior parte dos estados, o Acre não apresenta crescimento na tendência a longo prazo nos casos de SRAG

Dados do novo Boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quinta-feira (19), destaca que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) mantém curva de crescimento em Rio Branco, na tendência a curto prazo (últimas 3 semanas).

Ao contrário da maior parte dos estados, o Acre não apresenta crescimento na tendência a longo prazo nos casos de SRAG. A análise aponta que 14 unidades federativas apresentam indícios de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Amapá, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins.

Nas capitais, 12 apresentam crescimento nos casos de SRAG Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Teresina (PI).

Fonte: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

O boletim é feito com uma análise referente à Semana Epidemiológica (SE) 37, período de 8 a 14 de setembro, e tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).

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Cenário nacional

Referente ao ano epidemiológico 2024, já foram notificados 130.231 casos de SRAG, sendo 62.297 (47.8%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 52.807 (40.5%) negativos, e ao menos 8.149 (6.3%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado. Dentre os casos positivos do ano corrente, 18,5% são influenza A; 0.8% são influenza B, 40,1% são VSR; 23,8% são rinovírus; e 18,6% são Sars-CoV-2 (Covid-19).

No agregado nacional, há sinal de aumento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Esse aumento se deve a um crescimento das SRAG por rinovírus e Covid-19 em muitos estados do país.

No agregado nacional, há sinal de aumento de SRAG na tendência de longo prazo/Foto: Reprodução

Ar mais poluído do mundo

O ar de Rio Branco registrou 428.8 µg/m³ (microgramas de poluentes por metro cúbico), segundo levantamento do IQAir, plataforma da Organização das Nações Unidas e do Greenpeace, nesta quinta-feira (19).

Com esse nível, a qualidade do ar na capital é considerada “muito insalubre” para a saúde humana. Além disso, Rio Branco ficou na liderança entre as cidades mais poluídas do mundo nessa quinta (19), com o ar quase 29 vezes mais poluído do que o aceitável pelos órgãos de monitoramento.

Com a intensificação das fumaças nesta quinta-feira, o secretário de Saúde do Estado (Sesacre), Pedro Pascoal, falou sobre a importância de seguir dicas básicas para ajudar a prevenir agravos à saúde. Segundo ele, as orientações podem ser adotadas dentro de casa, e por todas as famílias.

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Especialistas recomendam o uso de máscaras/Foto: Juan Diaz/ContilNet

Entre os cuidados destacados pelo profissional, está a utilização de máscaras cirúrgicas, dos mesmos exemplares que foi necessário durante a pandemia da Covid-19, já que são mais eficazes para evitar os problemas respiratórios de inalação da fumaça.

“Lembrar de usar máscaras cirúrgica, aumentar a ingestão de líquidos, evitar atividades físicas em todo o período do dia, e colocar umidificador ou purificador de ar em ambientes fechados. Se não tiver, use uma toalha molhada na cabeceira ou uma bacia rasa com água em baixo da cama, dentro do quarto para que a gente deixe o ambiente um pouco mais confortável”, indica.

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