No dia 3 de novembro de 1999, Mateus da Costa Meira disparou inúmeros tiros durante uma sessão de cinema no shopping Morumbi, na zona oeste de São Paulo. Três pessoas foram mortas e quatro ficaram feridas durante o ataque. Conhecido como “o atirador do shopping”, ele foi solto nesta semana.
O jovem, que tinha 24 anos na época e cursava medicina na Santa Casa, usou uma submetralhadora 9 milímetros e disparou entre 60 e 80 tiros. O ataque aconteceu durante sessão das 21h15, na sala 5 do cinema. Clube da Luta estava passando na telona.
Em determinado momento do filme, ele se levantou, foi ao banheiro, tirou a arma de uma sacola, retornou para a sala e disparou contra os espectadores. Mateus foi dominado pelos seguranças do shopping, que não estavam armados, e levado à delegacia.
As mais de 60 pessoas que estavam presentes no momento do crime relataram que a luz da sala de cinema não acendeu e muitos nem perceberam que o tiroteio havia acontecido devido à movimentação do próprio filme.
No dia seguinte ao crime, Mateus disse à polícia que estava tentando se livrar das vozes que ouvia e de perseguidores imaginários.
Em setembro de 2000, Mateus Meia foi transferido do 77º DP, Santa Cecília, na região central da capital paulista, para o Centro de Observação Criminológica do Carandiru, na zona norte. A transferência foi determinada pelo juiz Maurício Lemos Porto Alves, devido ao estado psíquico do jovem. Ele ficou lá até o presídio ser desativado, em 2002. Posteriormente, o criminoso foi transferido para a Penitenciária 2 de Tremembé.
Cinco anos depois, em 2004, aconteceu o julgamento do atirador do shopping. Na ocasião, ele foi condenado a 120 anos e 6 meses de prisão pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
No final do julgamento, a própria defesa de Mateus afirmou que ele não era inocente, mas que deveria ser beneficiado com a semi-imputabilidade. O psiquiatra de Meira, José Cássio do Nascimento Pitta reforçou que o ex-estudante tinha transtornos de personalidade esquizóide.
Vítimas do atirador do shopping
Durante o ataque em 1999, Mateus matou três pessoas. A primeira vítima fatal confirmada foi Fabiana Lobão Freitas, de 18 anos, que era fotógrafa. Também morreram a publicitária Hermè Luísa Jatobá Vadasz, de 46, e o economista Júlio Maurício Zeimaitlis, de 28. As quatro pessoas que ficaram feridas na ocasião foram a engenheira agrônoma Andrea Cury Lang, o produtor de cinema Carlos Eduardo Porto de Oliveira, o engenheiro Antônio José Carvalho de Amaral Martins e José Eduardo Andrade da Silva.