Uma mulher foi vítima de ofensas e agressões de um casal em um supermercado em Taguatinga Norte, no Distrito Federal, na noite dessa segunda-feira (30/9). Segundo a vítima, os agressores não gostaram de esperar mais do que o normal na fila do açougue.
Ao Metrópoles a mulher contou que é dona de um restaurante e que, por isso, costuma fazer compras grandes de carne, que demoram mais para serem cortadas e pesadas.
“Eu precisava fazer uma compra grande de carnes para fazer o almoço do dia seguinte [para servir no restaurante]. Eu sempre escolho os horários perto do fechamento [do mercado] para não incomodar os outros clientes”, disse. Ela pediu para não ter o nome revelado por medo dos agressores.
“Aí essa mulher, que estava atrás na fila, disse para mim: ‘Com esse carrinho cheio de carne você só podia ser uma dondoquinha. Você é uma vagabunda que não deve ter nada para fazer’. Sendo que eu estava trabalhando desde as 6h. Então ela continuou me xingando e eu cruzei os braços, que foi quando ela partiu para cima de mim”, contou a dona do restaurante. O pai, idoso, a acompanhava.
Enquanto a mulher desfere tapas e murros contra a vítima, os funcionários do mercado e demais clientes assistem à confusão sem intervir. Uma das testemunhas gravou as agressões.
Nas imagens, é possível ver quando o companheiro da agressora dá um soco no rosto da vítima, que cai sobre um dos freezeres do estabelecimento. “Ele me deu um soco na maior brutalidade e covardia. [O homem] ainda ameaçou meu pai, dizendo que ‘não tinha medo de bater em idoso’”, relatou.
Momentos depois, o casal sai andando do estabelecimento. A agressora, no entanto, volta e joga um pedaço de carne congelada na vítima.
Veja as imagens da agressões a seguir. O conteúdo é forte:
A vítima explica que chamou, pelo 190, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). No entanto, devido à espera para chegada dos militares, a mulher decidiu ir para a 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte) e registrar um boletim de ocorrência.
O delegado da 17ª DP, Mauro Aguiar, informou à reportagem que os envolvidos devem ser convocados para assinar um termo circunstanciado de ocorrência.
A vítima informou que fará exame de corpo e delito no Instituto de Medicina Legal (IML) ainda nesta segunda-feira (1º/10).
Desprotegida e Insegura
Segundo relato da vítima, nenhum dos funcionários ou seguranças do mercado interveio para separar ou impedir as agressões, apesar de todos estarem presentes durante a cena.
“Eu me senti completamente insegura e desprotegida. [Os funcionários do mercado] deixaram eles saírem como se nada tivesse acontecido. E ainda vieram me questionar porque eu estava puxando briga com eles. Ninguém em nenhum momento me deu apoio ou perguntou se eu precisava de ajuda”, lamentou.
Após ter sofrido as agressões, a dona do restaurante compartilhou o ocorrido com um grupo de moradores de Taguatinga, e assim descobriu a identidade do homem que a socou e que ele mora relativamente próximo de onde ela trabalha.
“Eu me sinto completamente vulnerável, porque, se esse homem me agrediu daquele jeito, na frente de todo mundo [no mercado], imagina o que ele poderia fazer se ninguém estivesse olhando. E se tivesse acontecido algo pior? E se ele tivesse continuado a me bater? É horrível saber que podemos ser insultadas e agredidas e não ter nenhum suporte das pessoas ao redor”, completou a vítima.