Quatro homens foram presos após invadirem um condomínio de luxo em Santos, no litoral de São Paulo, onde fizeram seis reféns. O porteiro do edifício, que teria facilitado a entrada da quadrilha, também foi detido. Ele disse ter sido ameaçado de morte caso não colaborasse (veja abaixo). O g1 reuniu o que já se sabe em relação ao crime.
O caso ocorreu na Rua Castro Alves, no bairro Embaré, na terça-feira (1º). Segundo apurado pelo g1, os quatro criminosos entraram no condomínio com um carro preto fizeram seis reféns. O alvo do grupo era o goleiro do Santos FC, João Paulo, que estava no Centro de Treinamento do clube.
No boletim de ocorrência, consta, no entanto, que foram vítimas da quadrilha: Dois administradores de empresas, uma empregada doméstica e uma advogada. Além deles, dois funcionários, sendo uma funcionária da limpeza e um trabalhador da área da construção.
Durante a invasão ao edifício, a Polícia Militar foi acionada. Um dos suspeitos, de 19 anos, foi baleado pelos agentes, sendo preso após ser encaminhado à Santa Casa de Santos. Os outros dois se entregaram após libertarem as vítimas por volta de 13h. O quarto elemento foi encontrado escondido no prédio por volta das 1
Suspeito baleado
Um vídeo obtido pelo g1 mostra o criminoso tentando fugir após a invasão ao prédio (assista acima). Após receber alta do hospital, ele será detido. O veículo foi apreendido.
De acordo com o boletim de ocorrência, o jovem foi atingido no braço e de raspão no queixo. Ele está consciente na Santa Casa de Santos. A unidade de saúde informou, por meio de nota, que ele segue na enfermaria.
Porteiro teria sido ameaçado
Um porteiro do condomínio foi preso por envolvimento na invasão ao edifício. No interrogatório, ele disse que iniciou o contato com o grupo porque mora em um morro e foi procurado por três homens, que sabiam onde ele trabalhava.
O trio teria questionado o funcionário sobre os moradores do prédio, que está localizado em área considerada nobre. Em seguida, segundo o porteiro, ele e a família foram ameaçados de morte caso não colaborasse com um roubo que aconteceria na cobertura do prédio.
Os homens teriam dito que já tinham como acessar o interior do edifício. Temendo pela vida dele e da família, o porteiro avisou sobre a chegada da empregada doméstica de um dos moradores, o que facilitou o acesso dos bandidos.
Ao g1, a delegada Liliane Doretto, do 3º Distrito Policial, afirmou que o porteiro forneceu informações sobre a entrada no prédio e a rotina no local. Assim, o profissional foi identificado pela Polícia Civil como “coautor” do crime.
“Ele vai responder por roubo qualificado, assim como os demais”, disse Liliane Lopes Doretto. “Ele disse que foi coagido [pelos suspeitos]. A ‘desculpa’ dele foi essa”.
Goleiro era alvo
O goleiro João Paulo, do Santos FC, era o principal alvo de assaltantes que invadiram o condomínio de luxo onde ele mora. No momento do crime, o goleiro treinava com os demais companheiros de equipe.
“Eu não estava em casa no momento [do crime], estava no CT [Centro de Treinamento] tratando [de uma lesão no tornozelo], só estava a Ju [esposa, Juliane Costa] aqui, mas graças a Deus não aconteceu nada, tá? Tá todo mundo bem aqui, podem ficar tranquilos. Um grande abraço”, disse o João Paulo ao lado da companheira em publicação feita no Instagram.
Veículo com queixa de furto
Ainda segundo o boletim de ocorrência, o carro usado pelos criminosos foi furtado em Praia Grande. Uma queixa sobre o desaparecimento do veículo foi registrada em 23 de agosto deste ano.
Os criminosos fixaram no veículo placas de outro, com as mesmas características, para dar aparência de legitimidade e não levantar suspeitas durante o uso. As placas foram apreendidas.
Investigação
O caso foi registrado como associação criminosa, receptação, fraude processual, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, lesão corporal, homicídio tentado, roubo tentado a residência e localização e apreensão de objeto. As investigações acontecem pelo 3º Distrito Policial de Santos.