Queda de helicóptero dos bombeiros em MG: Cenipa investiga tragédia que matou seis pessoas

Os tripulantes do helicóptero eram altamente capacitados e experientes, sendo responsáveis por missões complexas em todo o estado

No último dia 11 de outubro de 2024, o helicóptero Arcanjo 04 do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais caiu durante uma operação na região de Ouro Preto, provocando a morte dos seis tripulantes a bordo.

O acidente aconteceu quando a equipe retornava de uma missão de resgate após atender uma queda de um monomotor no distrito de São Bartolomeu, também em Ouro Preto.

Os destroços da aeronave foram encontrados em uma área de difícil acesso, o que dificultou as primeiras ações de resgate/Foto: Reprodução

A investigação sobre as causas do acidente está sendo conduzida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão responsável por apurar os fatores que possam ter contribuído para a tragédia.

Ainda não há uma conclusão oficial, mas as primeiras informações indicam que o helicóptero teria colidido com uma formação rochosa em uma área de serra com condições climáticas adversas, como forte neblina e visibilidade reduzida.

A missão de resgate

O Arcanjo 04 era amplamente utilizado em operações de resgate e atendimento de emergências médicas. Na ocasião do acidente, a tripulação havia sido deslocada para prestar apoio no resgate de vítimas de um monomotor que caiu em Ouro Preto, onde felizmente não houve vítimas fatais. A equipe do helicóptero envolvia quatro bombeiros militares, um médico e um enfermeiro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Os tripulantes do helicóptero eram altamente capacitados e experientes, sendo responsáveis por missões complexas em todo o estado. Entre as vítimas, estava o piloto capitão Wilker Tadeu Alves da Silva, que já havia atuado no resgate de vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho. Além dele, estavam a bordo o tenente Victor Stehling Schirmer, o sargento Welerson Gonçalves Filgueiros e o sargento Gabriel Ferreira Lima e Silva, além do médico Marcos Rodrigo Trindade e o enfermeiro Bruno Sudário França.

Investigação e apuração

A Cenipa já iniciou a coleta de dados para identificar as causas do acidente, o que inclui a análise de registros da aeronave, entrevistas com testemunhas, dados meteorológicos, e o estudo de destroços. Embora as condições climáticas possam ter sido um fator agravante, outros aspectos, como possíveis falhas técnicas, também serão investigados. O helicóptero modelo BK 117 C-2, fabricado em 2013, estava em plena condição de voo e passava regularmente por manutenções.

Os destroços da aeronave foram encontrados em uma área de difícil acesso, o que dificultou as primeiras ações de resgate. A corporação dos bombeiros imediatamente mobilizou equipes de busca, que contaram com o apoio de helicópteros e cães farejadores para localizar os corpos.

Comoção e luto

O acidente gerou comoção em todo o estado de Minas Gerais, principalmente entre familiares, amigos e colegas de trabalho das vítimas. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, decretou luto oficial de três dias em homenagem aos militares e profissionais de saúde que perderam a vida no cumprimento do dever. Zema destacou a bravura e a dedicação dos envolvidos, ressaltando a importância do trabalho dos bombeiros em momentos críticos.

Cerimônias de velório foram realizadas no dia seguinte ao acidente, com grande participação da população, autoridades e membros das forças de segurança. O sepultamento das vítimas ocorreu em Belo Horizonte, com honras militares prestadas pelo Corpo de Bombeiros.

Cronologia dos fatos

  • 11 de outubro de 2024: O helicóptero Arcanjo 04 do Corpo de Bombeiros é acionado para prestar socorro na queda de um monomotor em Ouro Preto, Minas Gerais.
  • Horas depois: A equipe finaliza a missão de resgate e parte em direção à base. Durante o trajeto de retorno, o helicóptero desaparece dos radares.
  • Noite de 11 de outubro: As buscas pelo helicóptero desaparecido começam, com equipes de resgate e apoio mobilizadas.
  • 12 de outubro de 2024: Os destroços do helicóptero são encontrados na região de Santo Antônio do Leite, em Ouro Preto, confirmando a morte de todos os ocupantes.
  • 13 de outubro de 2024: O governador de Minas Gerais decreta luto oficial no estado. Os corpos das vítimas são velados em Belo Horizonte.
  • 14 de outubro de 2024: A Cenipa inicia oficialmente as investigações sobre o acidente, com a análise dos destroços e coleta de informações.

Impacto na corporação e na comunidade

A perda de seis profissionais em um único acidente foi profundamente sentida pela corporação dos bombeiros e pela sociedade mineira. O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais é conhecido por sua atuação rápida e eficaz em casos de emergência, e a morte de membros tão experientes levanta questionamentos sobre a segurança das operações aéreas em situações adversas.

Os bombeiros e equipes de emergência desempenham um papel crucial em situações de catástrofes, como o resgate de vítimas de enchentes, acidentes rodoviários e desastres ambientais. A morte desses profissionais evidencia os riscos que eles enfrentam diariamente ao realizarem suas atividades em prol da segurança pública.

Além disso, a tragédia trouxe à tona discussões sobre as condições climáticas enfrentadas por aeronaves de resgate, especialmente em regiões montanhosas e de difícil acesso. A neblina e as características geográficas da área onde o helicóptero caiu podem ter sido fatores determinantes para o desfecho trágico.

O futuro das investigações

O Cenipa ainda deve demorar alguns meses para concluir as investigações, que envolvem uma análise detalhada dos dados de voo, gravações de conversas entre a tripulação e os controladores de tráfego aéreo, além de uma avaliação do estado de manutenção da aeronave. Esse processo é crucial para entender o que levou ao acidente e, eventualmente, estabelecer novas diretrizes de segurança para operações futuras.

Acidentes aéreos envolvendo helicópteros são relativamente raros, mas quando ocorrem, suas causas costumam ser complexas e envolver uma combinação de fatores humanos, técnicos e ambientais. A investigação não busca apenas encontrar culpados, mas sim evitar que tragédias semelhantes voltem a acontecer.

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