Em março deste ano, o Rio Acre na capital atingiu 17,86 metros, alcançando a 2ª maior enchente da história. Meses depois, em setembro, o manancial chegou a menor marca registrada nos últimos 53 anos e fez com que a seca de 2024 fosse a maior da história do estado.
Com as chuvas intensas registradas nos últimos dias, a Defesa Civil Municipal ficou em alerta para uma possível enchente nos próximos meses e já prevê que 2025 possa trazer novos estragos.
Ao ContilNet, o tenente-coronel Claudio Falcão, coordenador da pasta, explicou que o cenário para 2025 ‘não é otimista’ e a Defesa Civil já trabalha com a hipótese de uma cheia até pior que a registrada neste ano, quando o Rio Acre atingiu a sua 2ª maior enchente da história.
Tudo isso pode estar alinhado a dois fenômenos conhecidos: o El Niño, que terminou no último mês e o La Niña – um fenômeno climático e oceânico que ocorre quando as águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial se resfriam anormalmente -, que começou nos últimos dias.
O coronel lembra que nenhum dos dois fenômenos costumam ser iguais aos anteriores, o que preocupa os especialistas, justamente em razão das mudanças climáticas, que vem trazendo eventos climáticos extremos. Como a estiagem deste ano foi recorde, naturalmente espera-se que as enchentes sigam o mesmo caminho.
“Precisamos estar sempre preparados para um cenário mais grave. Haja vista que nós temos visto uma nítida mudança climática nos últimos anos em que eventos extremos acontecem anualmente, não mais naquele intervalo de 4,5,8 anos. Nos últimos quatro anos, todos eles registraram eventos repetidos de inundação”, disse.
Prevenção
A proposta da Defesa Civil é de retirar pessoas que estão em áreas de risco na capital, atingidas pela cheia do Rio Acre, antes mesmo da enchente se intensificas, nos três primeiros meses do ano.
“Infelizmente nós tivemos fila para abrigar as pessoas no Parque de Exposições. Nós abrigamos 4100 pessoas. Foram mais de 1100 famílias abrigadas. No momento mais crítico, nós acabamos deixando uma certa espera por abrigos prontos. Agora, nós vamos fazer tudo antecipadamente. Vamos tirar famílias de área de risco, antes que a água chegue no local. Porque normalmente a gente retira quando a água chega”, explicou.
Um novo plano
Ainda na entrevista, Falcão declarou que a proposta da Defesa Civil é criar um novo plano de contingência, mais robusto e diferente dos anteriores – já considerado defasado.
“Eu não quero mais atualizar plano de contingência. Eu quero reformular, fazer um novo plano de contingência, juntamente com o pleno de operação. De maneira que a gente possa nos antecipar. Nós temos cinco pilares na Defesa Civil e infelizmente a gente trabalha só os dois últimos. Precisamos trabalhar os três primeiros que é a preparação, prevenção e a mitigação”, completou.