Quase 300 torcedores do Peñarol foram detidos nesta quarta-feira (23) após uma briga generalizada, com cenas de selvageria no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio.
A confusão começou por volta do meio-dia, entre os uruguaios e brasileiros – incluindo policiais militares. As imagens – exibidas ao vivo na TV Globo e no g1 – mostraram flagrantes de violência, vandalismo e correria.
Veja, abaixo, o que se sabe sobre o caso.
Por que os torcedores estão no Rio?
Os uruguaios vieram à cidade para o jogo de ida da semifinal da Copa Conmebol Libertadores contra o Botafogo, na noite de quarta, no Estádio Nilton Santos (Engenhão).
Os envolvidos na confusão foram em três ônibus fretados à orla do Recreio.
Como o confronto começou?
A confusão começou por volta do meio-dia, na orla do Recreio.
A Polícia Militar afirma que a briga se deu após a prisão em flagrante de um uruguaio por furto. O crime foi flagrado pela câmera de segurança de uma padaria (veja acima o flagrante).
Outros relatos apontam que a confusão estourou depois, na areia da praia, após um grupo de brasileiros denunciar que as mulheres foram assediadas e que um dos homens sofreu racismo. Ambulantes e banhistas teriam se voltado contra os uruguaios, que também são acusados de furtar cervejas (entenda aqui).
Contra quem brigavam os uruguaios?
As primeiras informações apontam que os torcedores começaram a briga contra brasileiros que estavam na praia e reagiram a atitudes do grupo.
Nas imagens, dá para ver que os torcedores usaram paus e pedras para atacar também os poucos policiais militares no local inicialmente. PMs tentavam contê-los com bombas de efeito moral, em vão. Só com a chegada de reforço suficiente, mais de uma hora depois, que os torcedores foram agrupados e detidos.
Houve vandalismo e depredação?
Sim, mesas e cadeiras de quiosques no calçadão, que foram furtadas e serviram de escudo, ficaram destruídas. O dono de um quiosque se emocionou ao relatar o prejuízo de mais de R$ 80 mil, segundo ele.
Armações de barracas – também furtadas da praia e de carrinhos de barraqueiros – foram usadas de porrete. Pedras, garrafas de vidro e latas foram atiradas. As cenas, gravadas pelo Globocop, pareciam de uma batalha medieval.
Ao menos três motos foram danificadas – duas delas incendiadas. Os donos, que nem haviam acabado de pagar por elas, contaram que tentaram evitar a depredação, mas os uruguaios não deixaram. Carros também foram quebrados.
As janelas de um restaurante também foram apedrejadas.
Houve represália?
Sim, além de revidarem as agressões, brasileiros também saquearam um dos ônibus de excursão dos torcedores, retirando tudo dos bagageiros, e atearam fogo ao coletivo. Um vídeo mostra a cena.
Quanto tempo durou a confusão?
Foi quase uma hora e meia de selvageria e vandalismo praticamente sem repressão até que chegassem reforços da Polícia Militar. Por volta das 13h15, homens do Batalhão de Choque chegaram e cercaram os vândalos.
Pouco depois, quando as forças de segurança estavam em maior número, os torcedores foram contidos e obrigados a se sentar no chão.
Alguém ficou ferido?
Sim. Ao menos sete pessoas ficaram feridas, e três foram levadas para hospitais. Não há informação sobre o estado de saúde deles.
Quantos foram detidos?
Além do preso por furto, mais de 250 torcedores foram detidos. Uma arma foi apreendida e o dono, preso. Todos foram levados para a Cidade da Polícia.
Todos terão que ir embora do Rio, mas ao menos 20 deles vão permanecer presos, por diversos crimes.
Houve falha de planjeamento?
Ssegundo Victor Santos, secretário de Segurança do RJ, sim. Em entrevista ao Estúdio i, ele admitiu que houve falha no planejamento para receber os torcedores do Penãrol na capital fluminense.
“Subestimaram o evento, o número de policiais era inadequado para a quantidade de torcedores criminosos, já não bastassem os criminosos que temos no Rio de Janeiro“, disse Santos.
O governador Cláudio Castro (PL) afirmou que o grupo será escoltado para fora do estado.