Exposição de mil conchas da coleção de Pablo Neruda é inaugurada no Chile

Autor de Canto Geral e Cem Sonetos de Amor, nascido em 1904, começou a colecionar conchas em 1942

Mais de mil conchas, de diversas cores, tipos e origens, que pertenceram ao poeta e prêmio Nobel Pablo Neruda, conhecido por suas variadas coleções, são o destaque de uma exposição inaugurada nesta sexta-feira em Santiago, na Universidade do Chile.

“Mollusca. Poesia de Conchas” é a maior exposição já realizada com as conchas que Neruda reuniu e coincide com os 70 anos desde que o poeta doou sua coleção à Universidade do Chile.

Exposição de mil conchas da coleção de Pablo Neruda é inaugurada no Chile

Exposição de mil conchas da coleção de Pablo Neruda é inaugurada no Chile — Foto: Reprodução/Fundación Pablo Neruda

A mostra busca “visibilizar o legado de Pablo Neruda e o fascínio que ele tinha pelas conchas”, disse à AFP Loreto Millar, coordenadora da Área de Conservação do Arquivo Central Andrés Bello da universidade.

O autor de Canto Geral e Cem Sonetos de Amor, nascido em 1904, começou a colecionar conchas em 1942.

Doze anos depois, quando as entregou à instituição de ensino superior por ocasião de seu aniversário de 50 anos, ele havia acumulado cerca de 8.400.

— Além de mostrar esses objetos sob a perspectiva patrimonial, queremos convidar a comunidade à reflexão sobre questões ambientais, o extrativismo e (…) os danos ao ecossistema — destacou Millar.

Na exposição, pode-se ver um grupo de polymitas, pequenas, mas com tons vibrantes, que o naturalista cubano Carlos de la Torre presenteou a Neruda, marcando o início da coleção do chileno.

Uma concha muito grande, uma Charonia tritonis, traz a assinatura de seu amigo, o poeta espanhol Rafael Alberti.

Outra menor, uma Thatcheria mirabilis, foi presenteada a ele durante uma viagem à China em 1951.

A forma desse tipo de concha “foi usada como inspiração até mesmo para edifícios”, assegurou Nathaly Calderón, coordenadora de Educação da Sala Museu Gabriela Mistral, localizada na sede central da Universidade do Chile, onde a exposição foi montada.

Há outras conchas, como as Monetaria moneta, que foram usadas como moeda de troca em regiões da África, Ásia e ilhas do Pacífico.

O mesmo ocorreu com as Spondylus, que os povos pré-colombianos em parte da costa do Pacífico usavam para troca de bens.

Há também uma seção de conchas com nácar e outra com um bom número de pequenas conchas que o próprio Neruda recolheu nas praias chilenas.

A exposição, acompanhada de poemas e palavras do poeta falecido em 1973, ficará aberta ao público por pelo menos um ano.

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