Grávida leva mais de 100 pontos após ser esfaqueada por ex-marido

Amanda Baldim levou 60 pontos só na cabeça após ser atacada pelo ex-marido, Luis Fernando. Ela terá de fazer reconstrução de nervos no pulso

Grávida de dez semanas, Amanda Baldim (foto de capa), de 31 anos, teve de levar mais de 100 pontos — 60 só na cabeça — após ser esfaqueada pelo ex-marido, o engenheiro Luis Fernando Moreira Bentivoglio, de 32, na última segunda-feira (21/10). Os ataques do homem também atingiram a mãe de Amanda, de 53 anos, e a filha do casal, de apenas um ano.

A mulher recebeu alta do hospital e se recupera em casa. Além dos ferimentos na cabeça, ela teve o pulmão perfurado e muitos cortes em todo o corpo, o mais profundo no pulso — será necessário fazer uma cirurgia de reconstrução dos nervos. Já a mãe de Amanda, Rosana Baldim, e a filha pequena tiveram cortes superficiais e foram liberadas no mesmo dia.

“Ela terá que esperar três semanas, para desinchar a ferida. Como ela está grávida, tem a dificuldade da anestesia geral”, afirmou Otávio Ramazini, irmão de Amanda, ao Metrópoles.

Reprodução/EPTV

Tentativa de feminicídio

O engenheiro invadiu o condomínio onde a família mora, no bairro Jardim Noêmia, em Franca, interior de São Paulo, e atacou a golpes de faca a ex-mulher, a filha deles e a sogra. Ele foi preso em flagrante por tentativa de homicídio. Um vídeo mostra Luis Fernando sendo retirado do local por moradores.

Uma câmera do circuito interno do prédio mostra o momento em que um homem entra pelo corredor. Segundos depois, após algumas pessoas passarem pelo local, ele reaparece arrastando Luis Fernando para fora do hall. Moradoras mexem no celular e parecem acionar a polícia (assista abaixo).

Otávio Ramazini, irmão de Amanda, afirmou que o engenheiro alegou à polícia que estava sendo cerceado do direito de ver o filho. “Isso é uma mentira estarrecedora”, disse. “Minha irmã nunca deixou que ele não visse os filhos. A única exigência que ela fez foi que as visitas fossem assistidas pela Justiça”.

O irmão contou que, em determinada ocasião, o sobrinho dele foi humilhado pelo pai quando se machucou sozinho brincando no condomínio. “Ele [Luis Fernando] falou que o meu sobrinho era idiota, imbecil, retardado. Esse foi o cume para minha irmã tomar uma atitude mais drástica e tirar os meus sobrinhos desse ambiente”, contou. O casal está separado há cerca de um mês, segundo ele.

“A violência física aconteceu em 2019 e nesse caso de agora, mas os abusos psicológicos foram em todo o relacionamento”, afirmou Otávio.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o caso foi registrado como violência doméstica e tentativa de feminicídio na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Franca.

Metrópoles entrou em contato por telefone com a defesa de Luis Fernando Moreira Bentivoglio, mas não obteve retorno. O espaço está aberto para manifestações.

Prisão anterior

O engenheiro já havia sido preso 10 dias antes, em 11 de outubro, por ameaça e violência doméstica também contra a ex. Na ocasião, Luis Fernando foi solto após audiência de custódia. Amanda, então, solicitou uma medida protetiva de urgência.

Segundo o boletim de ocorrência obtido pelo Metrópoles, no dia 11, Silveira chegou “alterado” ao local onde estavam Amanda e o filho mais velho do casal, de sete anos, para buscar o menino. O caso aconteceu em Ribeirão Preto, onde vive a família de Amanda.

Quando a mãe se recusou a entregá-lo por conta do estado de Silveira, ele se alterou ainda mais, fez ameaças contra a ex-mulher, chutou o portão da casa e, por fim, cortou os pneus do veículo de Amanda com um canivete.

A Polícia Militar foi acionada e ele foi preso em flagrante. O caso foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Ribeirão Preto.

E essa não foi a primeira vez em que Luis Silveira se envolveu com um caso de violência doméstica. Em 2019, também segundo boletim de ocorrência obtido pela reportagem, o engenheiro deu um tapa em Amanda enquanto ela estava com o filho mais velho no colo, na época com dois anos de idade. O golpe acertou a cabeça da criança.

Amanda também foi expulsa do apartamento onde eles viviam em Ribeirão Preto e foi nesse momento que ela acionou a PM. Na ocasião, Silveira foi liberado após pagar fiança no valor de R$ 1 mil.

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