Pimenta: com sucessor de Gladson incerto, Jorge Viana mira o Governo em 2026

Com quatro aliados do grupo de Cameli como possíveis candidato, Jorge entendeu que a direita no estado corre o risco de se dividir mais uma vez

O presidente da Apex Brasil, Jorge Viana, declarou recentemente que poderá ser candidato ao Senado Federal nas eleições de 2026. Contudo, fontes ligadas ao PT no estado disseram à coluna que JV estaria recalculando rota em razão da incerteza de quem sucederá o governador Gladson Cameli no Palácio Rio Branco.

Jorge Viana é presidente da Apex Brasil/Foto: Reprodução

Com pelo menos quatro aliados do grupo de Cameli como possíveis candidatos – Mailza Assis, Tião Bocalom, Alan Rick e Nicolau Júnior -, Jorge entendeu que a direita no estado corre o risco de se dividir mais uma vez em uma eleição estadual, o que lhe beneficiaria e muito.

O ex-senador teve mais de 103 mil votos nas eleições de 2022 e sabe que ao se firmar como a única opção da esquerda e dos paredões de espectro progressista no Acre na disputa pelo Governo em 2026, as chances de conseguir empurrar as eleições para um segundo turno são mais concretas, principalmente se os partidos de direita se dividirem entre duas ou três candidaturas. É a lógica.

Cenário complicado

Jorge sabe que a disputa pelo Senado Federal é um caminho arenoso. Apesar de serem duas vagas em jogo em 2026, uma delas, segundo as últimas pesquisas, é claramente do governador Gladson Cameli.

A outra, será disputada entre dois atuais senadores que disputam a reeleição: Marcio Bittar (União Brasil) – que concorre sob as asas do Palácio Rio Branco e da prefeitura da capital – e Sérgio Petecão (PSD), aliado de Jorge Viana.

Outras pedradas

Há ainda a possibilidade da deputada federal Socorro Neri – a mais bem votada do Acre nas últimas eleições – entrar na disputa.

Outro nome sondado é o da ex-deputada Jéssica Sales, que pode disputar a cadeira pelo MDB. Ela não foi eleita prefeita de Cruzeiro do Sul por um diferença mínima e mostrou que ainda tem uma base eleitoral solidificada.

Quem também pode entrar na disputa é a ex-deputada Mara Rocha, ainda sem partido. Apesar de perder as eleições para o Governo em 2026, teve mais de 47 mil votos e ficou à frente de Bittar e Petecão, dois atuais senadores que vão disputar a reeleição contra ela.

Ou seja, é muito peão para pouco cavalo no tabuleiro do jogo – e JV já analisou todas essas variáveis.

Uma mão lava a outra

O senador Sérgio Petecão, um dos maiores aliados do governo Lula no Senado Federal, deverá continuar na base e na aliança do PT nacionalmente e também no Acre.

Caso não seja candidato ao Senado Federal, Petecão vai precisar apoiar a candidatura de Jorge Viana ao Governo. Uma mão lava a outra. Petecão tem uma lista de cargos do Governo Federal no Acre. É a hora de retribuir o agrado.

2026 não está tão longe como se imaginam

A hora de começar as tratativas olhando para 2026 é agora. E muitos desses olhos estão voltados ao deputado estadual Nicolau Júnior – o mais votado da história nas últimas eleições -. No ano que vem ele será reconduzido à presidência da Assembleia Legislativa do Acre e terá a caneta na mão.

Visto sempre como um político polido e centrado, Nicolau pode ser a reviravolta nas próximas eleições estaduais. É tratado como a cartada e o pupilo de Gladson no jogo. Não se admire se você vê-lo no rumo do Palácio Rio Branco.

De olho na próxima

Na última semana o juiz Lois Arruda foi empossado novo desembargador do Tribunal de Justiça do Acre. Nos próximos meses uma nova cadeira deve ficar desocupada e já tem secretário do governador Gladson Cameli de olho na vaga. Vale destacar que é um dos nomes mais próximos a ele.

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