A sucessão do governador Gladson Cameli (PP) está no centro das atenções após as eleições municipais deste ano. Até o momento, dois nomes de peso se destacam na corrida pelo Palácio Rio Branco: o senador Alan Rick (UB) e a vice-governadora Mailza Assis (PP), ambos com apoio de importantes figuras políticas e partidos.
A escolha dos vices para ambas as pré-candidaturas começou a suscitar especulações nos bastidores. Há rumores de que Alan Rick teria convidado a ex-deputada federal Jéssica Sales (MDB) para compor sua chapa, o que seria uma estratégia para atrair o eleitorado do Juruá e fortalecer o grupo político no interior do estado.
Do outro lado, na chapa de Mailza Assis, o nome do deputado estadual Nicolau Júnior (PP) ganha força para a posição de vice. Próximo ao governador Gladson Cameli, Nicolau é visto como uma figura capaz de agregar apoio tanto de aliados quanto de grupos divergentes, ampliando a base de sustentação e, assim, agradando “gregos e troianos” — especialmente o “01 do Palácio”.
Resta saber se a escolha dos vices realmente consolidará o caminho desses dois principais pré-candidatos ou se outros nomes poderão surgir e alterar o tabuleiro político do Acre.
SEM CONSENSO
O cenário político após as eleições segue aquecido com as discussões sobre a escolha da nova mesa diretora da Câmara Municipal de Rio Branco. Diversos nomes estão sendo ventilados para a presidência da Casa Legislativa, mas, até agora, os vereadores da base de apoio ao prefeito Tião Bocalom (PL) ainda não chegaram a um consenso.
Base fragmentada?
A coluna conversou com o vereador mais votado de Rio Branco, Bruno Moraes (PP), para entender como estão as articulações em torno da eleição da mesa diretora.
Vereador, o senhor pretende lançar seu nome para a presidência da Câmara Municipal? Em caso positivo, quais apoios o senhor já conquistou para fortalecer essa candidatura?
“Essa decisão de lançar ou não meu nome à presidência depende muito do consenso dentro do partido. Até agora, não tivemos uma reunião partidária para definir esse direcionamento, se cada um poderá se viabilizar ou não. Houve apenas uma reunião dos eleitos com o partido até o momento, então acredito que o PP decidirá a melhor escolha, seja qual for o nome.”
Dentro do PP, outros nomes também têm sido mencionados como possíveis candidatos. O senhor já iniciou diálogos com esses colegas? Existe alguma perspectiva de consenso?
“Sim, há essa possibilidade de consenso, mas ainda não houve uma conversa mais aprofundada. Precisamos buscar essa unidade. Samir Bestene e o grupo de Elzinha já iniciaram diálogos, e estamos aguardando a posição final do partido, já que essa é, de fato, uma decisão partidária. Alguns me perguntaram se me sinto preparado. Claro que sim. Acredito que todos os que foram eleitos têm essa confiança. Por ser o mais votado, presidirei a primeira sessão, conforme o regimento da Casa, mas deixo claro que isso não define uma pretensão ou condição para mim. Estou aqui para aprender e entender a dinâmica, mas, se necessário, estou à disposição. No entanto, essa ainda não é uma decisão definitiva, até porque ainda temos tempo para amadurecer essa escolha.”
OS TEMPOS SÃO OUTROS
“A pressão da derrota é forte, e os rumos da política acreana estão mudando a todo vapor. Ter a bênção de um cacique já não é mais garantia de vitória.” — opinou um leitor da coluna.
GAMECON 2024
A segunda edição da Gamecon 2024 foi um sucesso absoluto, consolidando o Acre como pioneiro desse projeto. Este ano, o evento superou a edição de 2023 em estrutura e público, mostrando que o estado tem uma comunidade gamer ativa e engajada. Com mais duas edições já confirmadas, a Gamecon reforça a necessidade de incentivo do poder público para que o evento continue crescendo e oferecendo uma experiência ainda melhor nos próximos anos.
GUARDANDO RESERVAS
Circula nos bastidores que um prefeito(a) derrotado nas eleições de 2024 já estaria em busca de recursos, ciente de que precisará devolver alguns milhões aos cofres públicos.
AMIGOS DO AGRO
O agronegócio está, de fato, em seu apogeu. Não é novidade que o setor se articula com maestria pelos bastidores, sem precisar de uma figura de liderança eleita para garantir sua força. As engrenagens são bem lubrificadas, e a bancada, embora informal, tem mais do que aliados nos mandatos: tem amigos. Amigos esses que movem céus e terras para alinhar demandas e liberar benefícios.
ISENÇÃO ZERO
Nesta segunda-feira (04), duas vitórias da turma do campo merecem destaque. A primeira: a possibilidade de isenção de ICMS para o plantio e irrigação de café no Acre. O deputado estadual Eduardo Ribeiro (PSD), sempre atento aos clamores da terra, uniu esforços com José Adriano, presidente da Federação das Indústrias do Acre (Fieac) e futuro deputado federal, para encaminhar essa articulação. Uma manobra que, se confirmada, poderá aliviar custos e, quem sabe, dar novo fôlego ao café acreano.
AGRO EM ALTA
Na mesma toada, outra notícia movimentou as rodas de conversa entre pecuaristas. A Secretaria da Fazenda (Sefaz) publicou o tão aguardado reajuste da pauta bovina. Agora, o valor de referência do bezerro destinado à venda fora do estado passa de R$ 800 para R$ 1.050. O aumento, que vem ao encontro de uma antiga reivindicação do setor, e também protocolado na Aleac pelo deputado estadual Pablo Bregense (PSD), foi saudado com entusiasmo. O agro acreano mostra, mais uma vez, que seu poder não se restringe às cercas das fazendas.