O presidente eleito dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, deve nomear o senador da Flórida Marco Rubio, de 53 anos, para o cargo de secretário de Estado, informaram o “The New York Times” e fontes da agência Reuters na noite de segunda-feira (11). O cargo é equivalente ao de ministro das Relações Exteriores no Brasil.
O jornal americano citou três pessoas que afirmaram que a decisão ainda não é definitiva, mas que Trump parece ter optado por Rubio, um aliado leal que Trump não escolheu como companheiro de chapa para vice-presidente, segundo a agência France Presse (AFP).
O senador foi um dos três finalistas para a escolha de vice-presidente de Trump. De acordo com a Reuters, Rubio era provavelmente a opção mais linha-dura na lista de Trump para o cargo de secretário de Estado, tendo defendido uma política externa mais assertiva em relação aos adversários geopolíticos dos EUA, incluindo China, Irã e Cuba.
Alguns apoiadores de Trump estão céticos quanto à sua decisão de escolher Rubio, que, até recentemente, adotava posições de política externa agressivas, contradizendo as de Trump.
Rubio tem sido consistentemente apontado na última semana como um dos principais candidatos a liderar a diplomacia americana. Questionado pela CNN na semana passada se estava destinado a um cargo importante no gabinete, Rubio respondeu: “Sempre estou interessado em servir a este país.”
A nomeação do congressista de postura bélica marcaria uma reviravolta notável em suas relações com Trump. Em 2016, quando competiam pela indicação presidencial republicana, Rubio chamou Trump de “trapaceiro” e “a pessoa mais vulgar que já aspirou à Presidência”.
Nascido em Miami, filho de imigrantes cubanos, Rubio formou-se em ciências políticas pela Universidade da Flórida em 1993.
Ele foi eleito para o Senado dos EUA em 2010 com uma campanha impulsionada pelo Tea Party, uma ala de extrema direita dos republicanos que se fortaleceu após a eleição de Barack Obama como presidente.
Foco na América Latina
Conforme a Reuters, ao escolher Rubio para um cargo de destaque, Trump pode ajudar a consolidar os ganhos eleitorais entre os latinos e deixar claro que eles têm um lugar nas posições mais altas de sua administração.
Se confirmado, Rubio provavelmente dará muito mais importância à América Latina do que qualquer outro secretário de Estado anterior, afirmou Mauricio Claver-Carone, aliado de Rubio, e ex-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento e ex-assessor do Conselho de Segurança Nacional sobre a América Latina no primeiro governo de Trump.
“Este é o momento em que a América Latina mais estará no mapa na história de qualquer presidência dos EUA. É histórico. Não há outra maneira de dizer isso”, disse Claver-Carone.