Javier Milei ordena retirada de delegação argentina da COP29 em Baku

Javier Milei instruiu delegação a deixar conferência climática da ONU e criticou regulações ambientais como imposições da organização

A delegação argentina deixou as sessões da 29ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29), em Baku, no Azerbaijão, após ordens do presidente Javier Milei.

Conhecido por seu ceticismo em relação às mudanças climáticas, Milei defende que as ações de mitigação promovidas pela ONU fazem parte de uma agenda que interfere na soberania dos países. Essa posição levou o líder argentino a orientar a retirada dos técnicos argentinos que participavam da conferência.

Javier Milei canta durante lançamento de livro - Metrópoles

A decisão ocorre pouco antes de Milei se encontrar com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, também cético em relação às políticas climáticas. Trump, que já ameaçou retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris novamente, receberá Milei na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), em Mar-a-Lago, Flórida.

De acordo com o jornal argentino La Nación, três técnicos da Secretaria de Meio Ambiente e outros representantes argentinos presentes em Baku foram orientados a retornar à Argentina.

Até então, os argentinos mantinham participação discreta e não haviam feito intervenções significativas nas discussões. Fontes diplomáticas relatam que os representantes evitaram contato direto e conversas com outros delegados “por medo”.

A retirada surpreendeu outras delegações, especialmente de países europeus que costumavam alinhar posições com a Argentina em edições anteriores da COP. Segundo fontes diplomáticas, a Argentina já havia sinalizado por escrito uma posição contrária ao consenso previsto em documentos da conferência.

No texto, os representantes argentinos declararam que o sistema climático “não deve impor regras uniformes a todos os países”, criticando ações que, segundo o governo Milei, desrespeitam os princípios do Acordo de Paris.

Uma fonte próxima à diplomacia argentina explicou que a retirada foi estratégica. “Eles saíram para não apoiar o que for decidido lá”, afirmou ao La Nación.

PUBLICIDADE