O primeiro jogo após o pentacampeonato da Copa do Brasil poderia ser um repeteco do que foram as finais que consagraram o Flamengo como campeão nacional no último domingo. Não foi porque, dessa vez, os rubro-negros ficaram no zero e levaram um amargo empate com o Atlético-MG para casa. O pênalti perdido por David Luiz foi o símbolo maior de uma falta de efetividade que assola o clube há algum tempo.
O 0 a 0, porém, foi incapaz de diminuir o ânimo dos mais de 63 mil que foram ao Maracanã. Os torcedores do Fla perturbaram os adversários com provocações do início ao fim e deixaram o estádio gritando “é campeão”.
A arquibancada, aliás, foi indiferente à crise entre Gabigol e diretoria do Flamengo antes, durante e depois dos 90 minutos de jogo.
Flamengo sobra no primeiro tempo
O primeiro tempo comprovou o que Filipe Luís disse após a conquista do pentacampeonato da Copa do Brasil ao analisar o sistema de Gabriel Milito: jogar com três zagueiros não tem nada a ver com retranca. O Flamengo, muito desfalcado, amassou o Atlético-MG. Se fosse efetivo, algo que nem Filipe conseguiu o time fazer até o momento, iria para o intervalo com uma goleada.
A novidade de Filipe foi usar Alex Sandro como um dos três zagueiros. Nada de novo, já que o atleta havia executado a função por diversas vezes na Juventus. Ele formou a linha ao lado de David Luiz e Fabrício Bruno. Alex fez um excelente primeiro tempo, assim como Fabrício, que foi o jogador que mais deu passes (33 – 29 certos) e líder em finalizações, com três, ao lado de Alcaraz e Matheus Gonçalves.
O Flamengo teve três grandes chances no primeiro tempo. Michael desperdiçou uma perto da pequena área e obrigou Everson a uma defesaça nos acréscimos.
Mas a maior oportunidade da etapa inicial foi o pênalti perdido por David Luiz. Alcaraz também não pegou bem o rebote, mas Wesley merecia que ambos finalizassem melhor. O lateral, com muita velocidade, desarmou Lyanco e sofreu pênalti.
Flamengo foi para o intervalo aplaudido merecidamente. O time, esfacelado pela Data Fifa e muitas lesões, sobrou em campo: 14 a 2 no placar de finalizações e 57% de posse de bola.
Sem muitas opções no banco, time cai na etapa final
O Flamengo voltou do intervalo ainda com muita superioridade. Logo aos cinco minutos, Matheus Gonçalves recebeu lindo lançamento de Rossi, deu bons dribles e carimbou a trave direita de Everson.
O Rubro-Negro seguia marcando com muita efetividade, mas já não criava grandes chances. Chegava com chutes de fora da área, e a última oportunidade clara foi um rebote em que Michael novamente parou no goleiro Everson, aos 18 minutos. Marcava também e pouco sofria. A atuação coletiva era muito interessante, e apenas Ayrton Lucas, por inúmeras tomadas de decisão erradas, e Alcaraz, que vacilava constantemente na hora de tirar 10, destoavam. O argentino, porém, distribuía bem a bola.
Depois disso, o Flamengo arriou o pneu, e o Galo começou a flertar com o que era uma improvável vitória. Passou a chegar mais e, aos 41, Gustavo Scarpa obrigou o goleiro Rossi a fazer sua primeira – e boa – defesa importante.
O jogo terminou com um placar de 25 finalizações a 15 a favor do Flamengo. Apesar da aprovação da arquibancada e de o Rubro-Negro já estar com a temporada resolvida, o duelo no Maracanã deixa uma lição importante para o pentacampeão da Copa do Brasil: o Flamengo precisa ser mais efetivo. Não é de hoje que o time não aproveita grandes chances. As finais da Copa do Brasil são ótimos exemplos.