Márcio Bittar reafirma discurso de que homem-bomba de Brasília era apenas uma pessoa doente

Discurso faz parte da estratégia bosonarista de descolar a imagem do PL dos atos de terror praticado por Francisco Wanderlei

Em suas redes sociais, o senador Márcio Bittar (UB-AC) está cumprindo a orientação e a agenda bolsonarista manifestada logo após as explosões na frente do STF (Supremo Tribuna Federal) e no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados seguidas de suicídio do catarinense Francisco Wanderley Luiz, aos 59 anos, na quarta-feira (14).

Márcio Bittar reafirma discurso de que homem-bomba de Brasília era apenas uma pessoa doente. Foto: Reprodução

Assim como Márcio Bittar, o primeiro a se manifestar com a tese em reportagem do Contilnet, no dia seguinte às explosões, outros parlamentares e lideranças bolsonaristas vêm tentando se descolar do responsável pelo incidente, identificando como Francisco Wanderley Luiz.

Em vídeos, Márcio Bittar manifesta o que vem sendo dito pela base bolsonarista a partir da qual a ordem é destacar que Wanderley Luiz, que era filiado ao PL e se candidato a vereador pela sigla em 2020, não seria aliado de Jair Bolsonaro e que a ação seria isolada, sem relação com as invasões golpistas do 8 de janeiro de 2023. “Quando ele foi candidato pelo PL, o presidente Jair Bolsonaro nem era filiado à siga”, disse Bittar.

Nas redes sociais, assim como o senador acreano, parlamentares de direita estão rechaçando a ideia de que o homem fosse um bolsonarista que se filiou ao PL por causa de Jair Bolsonaro, embora a ex-mulher do homem-bomba tenha dito que ele “enlouqueceu após a derrota de Jair Bolsonaro”, em 2022.

Outro argumento usado é que em Rio do Sul (SC), cidade pela qual “Tiu França” se lançou vereador em 2020, o PL se coligou com o PDT de Ciro Gomes naquela eleição e apoiou Jean de Liz, candidato pedetista à prefeitura da cidade. Nos bastidores, bolsonaristas argumentam até que o deputado federal Jorge Goetten (Republicanos-SC), que conhecia o responsável pelas explosões, saiu do PL em 2024 e vota alinhado ao governo Lula em várias pautas na Câmara.

O próprio Bolsonaro tem dito que “Tiu França”, como o homem era conhecido entre amigos e familiares, o define como um “maluco”. Em suas redes sociais, o ex-presidente também pediu a “pacificação” e que as instituições caminhem em direção à construção do diálogo.

“As instituições têm um papel fundamental na construção desse diálogo e desse ambiente de união. Por isso, apelo a todas as correntes políticas e aos líderes das instituições nacionais para que, neste momento de tragédia, deem os passos necessários para avançar na pacificação nacional. Quem vai ganhar com isso não será um ou outro partido, líder ou facção política. Vai ser o Brasil”, disse Bolsonaro.

Veja o vídeo:

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