Em 2024, Acre já registrou quase 60 casos de câncer de próstata, doença que mais mata homens no mundo

De 2019 a 2021, Brasil registrou 47 mil mortes, com o registro de uma média de 44 óbitos por dia no país

Em um ano, de 2023 a 2024, o Acre registrou pelo menos 141 novos casos de câncer de próstata, uma das doenças que mais matam homens no mundo.

No Brasil, de acordo com as últimas estatísticas consolidadas pelo Ministério da Saúde (MS), até o ano de 2021, foram mais de 47 mil óbitos em razão desse tipo de tumor. No ano passado, 16.055 homens morreram em consequência da doença, o que corresponde a cerca de 44 mortes por dia em todo o país. É o que revela a mais nova campanha do Novembro Azul, mês escolhido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para intensificação de campanhas para conscientizar os homens a fazerem exames e buscarem tratamento mais cedo para a doença.

O Novembro Azul nasceu na Austrália em 2003 e se destaca como um mês dedicado à conscientização da saúde masculina. A campanha visa fomentar a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata, uma das principais causas de morte entre homens no mundo.

De 2019 a 2021, Brasil registrou 47 mil mortes, com o registro de uma média de 44 óbitos por dia no país/Foto: Reprodução

O câncer de próstata é o mais incidente no homem, excluindo-se o câncer de pele não melanoma, e o segundo que mais mata, atrás do câncer de pulmão. Para mudar esse cenário e incentivar o cuidado com a saúde de uma forma global, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) realiza mais uma edição da campanha Novembro Azul.

Apesar de poder atingir qualquer homem, os principais fatores de risco da doença são: idade (é um câncer raro antes dos 40 anos e aumenta com o envelhecimento); histórico familiar de câncer de próstata em pai, irmão ou tio; homens de raça negra; e obesidade.

A neoplasia de próstata em estágio inicial, quando as chances de cura chegam a 90%, não apresenta sintomas. Quando aparecem, os sintomas geralmente indicam que o tumor está em uma fase mais avançada, podendo o homem ter dificuldade para urinar, micção frequente, disfunção erétil, presença de sangue na urina ou no sêmen e dores pélvicas ou ósseas.

Uma doença que requer atenção

Para o diagnóstico precoce da doença, a SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) recomenda que homens a partir de 50 anos, mesmo sem apresentar sintomas, procurem um urologista para avaliação individualizada. Aqueles que integram o grupo de risco são orientados a começar os exames mais cedo, a partir dos 45 anos. Os exames iniciais para detecção precoce do câncer de próstata compreendem a dosagem de PSA e o toque retal.

O tumor afeta a próstata, glândula localizada abaixo da bexiga e que envolve a uretra, o canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis. Embora seja uma doença comum, por medo ou por desconhecimento, muitos homens preferem não conversar sobre esse assunto. Na presença de sinais e sintomas, recomenda-se a realização de exames.

A doença é confirmada após a realização da biópsia, que é indicada ao encontrar alguma alteração no exame de sangue (PSA) ou no toque retal, que somente são prescritos a partir da suspeita de um caso por um médico especialista. As células são as menores partes do corpo humano. Durante toda a vida, as células se multiplicam, substituindo as mais antigas por novas. Mas, em alguns casos, pode acontecer um crescimento descontrolado de células, formando tumores que podem ser benignos ou malignos (câncer).

O câncer de próstata, na maioria dos casos, cresce de forma lenta e não chega a dar sinais durante a vida nem a ameaçar a saúde do homem. Em outros casos, pode crescer rapidamente, se espalhar para outros órgãos e causar a morte. Esse efeito é conhecido como metástase.

No Acre, de acordo com a Secretaria de Saúde (Sesacre), foram registrados 83 novos casos em 2023, e em 2024 já são 58 diagnósticos confirmados. Os dados incluem homens cadastrados, em tratamento ou que finalizaram o acompanhamento na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacom) em Rio Branco.

PUBLICIDADE