Presidência da Câmara e cargo de secretário podem indicar 1º racha entre Bocalom e o UB

Veja detalhes na coluna 'Pimenta no Reino', do jornalista Matheus Mello

O prefeito Tião Bocalom tem pela frente um dos primeiros atritos na sua base construída nas eleições de 2024. Quem está no centro desse imbróglio é um dos maiores partidos da coligação que se firmou no palanque de Bocalom e Alysson: o União Brasil, que tem como seu principal interlocutor o secretário de Relações Federativas, Fábio Rueda.

Alysson e Bocalom em evento na sede do União Brasil em Rio Branco/Foto: Reprodução

Todo o possível descontentamento gira em torno de duas questões. A primeira, a cadeira da presidência da Câmara Municipal de Rio Branco. O União Brasil pretende lançar o nome do vereador Joabe Lira – que também agrada o prefeito -. Por outro lado, o Progressistas, de Alysson Bestene, quer o vereador Samir Bestene sentando na cadeira. Caso decida apoiar o nome do progressista para agradar seu vice-prefeito e consequentemente o governador Gladson Cameli, Bocalom estaria colocando em cheque a harmonia com o União Brasil.

A segunda aresta diz respeito a outra cadeira. Essa, a da Secretaria Municipal de Saúde. A indicação do cargo é do União Brasil, que havia optado pelo médico Eliatian Nogueira. Contudo, na última semana, o prefeito decidiu exonerar ele do cargo.

Apesar da saída, o União Brasil pretende continuar com o domínio da pasta e já indicou um substituto: o vereador e médico Raimundo Castro. Contudo, fontes indicam que Bocalom tem o desejo de reconduzir a ex-secretária Sheila Andrade ao cargo. Ela deixou o posto para concorrer a uma vaga na Câmara da capital pelo PL – partido de Bocalom.

Seria mais um racha na parede que sustenta a aliança de Bocalom e o União Brasil.

Vai cobrar a retribuição

Membros do União Brasil já deixaram claro: é hora do Progressistas e do prefeito retribuírem o favor que o partido fez ao abrir mão da indicação do vice-prefeito na chapa de Bocalom, e darem mais espaço para a sigla na Prefeitura.

E é um recado válido. O União Brasil não é um partido pequeno que deverá ficar nas sombras do PL e do Progressistas.

São três vereadores na Câmara da capital. Uma das maiores bancadas. Tem três deputados na Assembleia Legislativa e mais três parlamentares na Câmara Federal, além de dois senadores. Merece espaço.

Maior esteio

Um desses senadores, Marcio Bittar, é o principal articulador e defensor de Bocalom. Caberá a ele conseguir estabelecer um diálogo entre o União Brasil e o prefeito. Até porque outros nomes do partido já deixaram claro que não vão aceitar ser coadjuvante nas decisões e podem dificultar o diálogo.

Decisão só para o 2º mandato

Fontes ligadas ao prefeito disseram que essas decisões só serão tomadas a partir de 2025, quando Bocalom começará o seu segundo mandato. Até lá, tudo é especulação e mistério.

Reflexo de 2026

O possível racha entre Progressistas e União Brasil – visto agora na corrida pela Presidência da Câmara em Rio Branco – já pode ser reflexo do que poderá ser esperado para 2026. Enquanto o partido de Gladson caminha para a candidatura de Mailza ao governo, a Direção Nacional do União Brasil quer foco total na candidatura de Alan Rick.

Já tem aliados à vista

Ainda sobre Alan Rick e o caminho para 2026, o deputado federal Roberto Duarte teria garantido apoio total à candidatura do senador na disputa pelo Governo. Se a parceria realmente se concretizar, o Republicanos – partido que Duarte preside -, será uma das siglas fortes na coligação de Alan.

Vale lembrar que em Rio Branco, nas eleições deste ano, o Republicanos doou uma quantia razoável para a candidatura de Marcus Alexandre. Ou seja, o apoio não é só de apertos de mão. Há muitas cifras em jogo.

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