“Ela foi assassinada”, diz acreana após encontrar cartas e vídeos da irmã sobre abusos do ex

Joyce chegou a ser constrangida a compartilhar localizações constantemente e teve sua liberdade severamente limitada.

Na última semana, a cidade de Rio Branco foi abalada pela morte de Joyce Sousa de Araújo, de 41 anos, que era muito conhecida e amada pela comunidade. A perda gerou comoção e várias homenagens nas redes sociais.

Porém, durante uma live realizada nesta sexta-feira (22) nas redes sociais da filha de Joyce, a irmã de Joyce, que também participou da live, trouxe à tona uma série de abusos psicológicos que ela enfrentou.

Relembre o caso: Morre a acreana Joyce Sousa de Araújo, aos 41 anos; amigos prestam homenagens

Joyce Sousa de Araújo, de 41 anos/Foto: Redes sociais

A família de Joyce decidiu expor, em detalhes, os horrores que ela enfrentou em sua última relação ‘amorosa’, que incluem uma série de ameaças constantes, tortura psicológica, manipulação e humilhações. Todas as informações a seguir foram retiradas da live, realizada nesta sexta-feira.

Segundo relatos, Joyce primeiramente acreditava que seu ex era sua salvação, mas ao decorrer da relação, as coisas desandaram tragicamente.

Ela era, segundo as provas em escritos e vídeos que foram apresentados pela irmã de Joyce, frequentemente xingada e pressionada por mensagens e abordagens abusivas, que envolviam desde apologia ao satanismo até acusações caluniosas, como roubo e possível prisão.

Joyce chegou a ser constrangida a compartilhar localizações constantemente e teve sua liberdade severamente limitada.

Seu parceiro a impedia de realizar atividades cotidianas como fazer as unhas ou cuidar do cabelo, além de controlar financeiramente sua vida, utilizando seu dinheiro para comprar bens como celular, cachorro e até um carro.

O abuso não se restringia a Joyce. Foi revelado também que ele importunou sexualmente uma sobrinha dela, o que foi um ocorrido que chocou a família.

Provas documentadas e medidas legais

“Minha irmã foi assassinada”, desabafou, referindo-se ao impacto devastador dos abusos que Joyce sofreu.

Joyce deixou um caderno e outras evidências que ajudaram a família a compreenderem a extensão dos abusos. Entre as provas reunidas estão mensagens, fotos dela chorando aos prantos, áudios e vídeos que evidenciam o sofrimento causado pelas constantes humilhações, calúnia e difamações. O material foi entregue a uma amiga, com instrução clara: “Guarda, você vai precisar.”

Registros no celular de Joyce mostram o sofrimento causado pelos abusos que enfrentava/Foto: Reprodução

Apesar de ter buscado ajuda legal e solicitado uma medida protetiva em 11 de novembro, Joyce continuou a ser atormentada. O autor dos abusos estaria atualmente em Itabira, Minas Gerais, enquanto a família pede justiça.

Ação e clamor por apoio

Em meio à dor, a Joyce destacaram que “a vergonha do que ela passou” a consumiu. Durante a live, emocionadas, elas relataram que os filhos de Joyce estão sofrendo profundamente com a perda da mãe.

“Minha irmã era muito amada na cidade”, afirmou, enquanto pedia por ajuda de psicólogos, mídia e justiça para que o caso seja amplamente divulgado e responsabilize o culpado.

Joyce foi lembrada como uma mulher amável, trabalhadora e querida por muitos. Amigos e familiares se reuniram para prestar homenagens e relembrar momentos marcantes de sua vida.

Entre as mensagens, destaca-se a de Jaqueson Queiroga, administrador e afilhado de casamento de Joyce: “Ela era uma pessoa única, de coração enorme.”

Abuso psicológico é crime

A Lei 14.132/2021 define a violência psicológica como crime no Brasil, com pena de 6 meses a 2 anos de reclusão, além de multa.

A legislação considera como violência psicológica atos como ameaças, humilhação, chantagem, isolamento e manipulação. Provas como mensagens, áudios, vídeos e depoimentos de testemunhas podem ser usadas para denunciar os agressores.

Um apelo por justiça

A família de Joyce luta para que o caso não seja esquecido e que outras mulheres possam encontrar força para denunciar situações semelhantes.

Elas esperam que a história de Joyce sirva como um alerta para a sociedade sobre a gravidade do abuso psicológico e a necessidade de apoio às vítimas.

Enquanto isso, a família segue mobilizada para garantir que os culpados pelos sofrimentos enfrentados por Joyce sejam responsabilizados.

“Eu preciso da ajuda de vocês, de psicólogos, de jornais. Eu estou pedindo ajuda! O que vocês podem fazer pela Joyce?”, finalizou a irmã durante a transmissão ao vivo, visivelmente emocionada.

Veja o vídeo: 

Veja a live na íntegra:

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