Pai de menina morta por policiais durante operação em Rio Branco diz que agentes ‘não têm remorso’

O julgamento segue acontecendo na capital acreana

O julgamento dos policiais envolvidos na morte de Maria Cauane, de 11 anos à época, segue acontecendo. Na quinta-feira (28), ainda haviam 28 depoimentos para serem ouvidos.

Cauane tinha apenas 11 anos na época/Foto: Reprodução

Durante as escutas, a fala dos pais de Maria Cauane, José e Marlene, chamou atenção. Eles afirmam que os homens envolvidos na morte da filha não compreendem o peso dos atos que tomaram e podem realizar ações parecidas com mais pessoas.

VEJA MAIS: Após 7 anos, PMs acusados de matar menina de 11 anos durante operação têm julgamento marcado

“Se eles não forem punidos como deveriam, outra família pode passar pelo que estamos passando. Não sabemos se será em um mês ou em um ano, mas pode acontecer de novo. Eles não têm nem remorso”, disse o pai da criança.

A defesa dos acusados diz que o inquérito policial está repleto de falhas e contesta a perícia das armas utilizadas na operação. “A perícia foi feita de uma forma extremamente esdrúxula, sem os cuidados científicos necessários. Retiraram o delegado do caso, algo inédito na história dele, e o Ministério Público assumiu as investigações de forma arbitrária. Isso resultou em um inquérito cheio de absurdos”, disse o advogado Wellington Silva.

Os advogados de acusação, por outro lado, mostram que a operação realizada pelos policiais teve muito abuso, além do uso de violência desmedida. Uma das testemunhas diz ainda que recebeu drogas dos policiais, sendo coagida a dizer que eles estariam revidando ataques criminosos.

“É um crime grave, com fortes indícios de tortura, armas plantadas e invasões de domicílio sem ordem judicial. Os moradores do Preventório estavam à mercê de ações que claramente violaram a lei”, disse Walisson Reis sobre a conduta policial.

O julgamento do caso segue acontecendo na capital acreana.

PUBLICIDADE