Wagner Moura gosta de fincar os pés no local em que estiver trabalhando. Isso é ele quem diz, ao justificar o motivo de ter se mudado para Los Angeles, nos Estados Unidos — junto à esposa, a fotógrafa Sandra Delgado, e os filhos Bem, de 18 anos, Salvador, de 15, e José, de 13 —, onde tem se destacado em produções americanas, como o recente “Guerra civil” (2024), que o ator ao lado da americana Kirsten Dunst, e a bem-sucedida série “Narcos“, sobre o traficante colombiano Pablo Escobar. Mas nem tudo são flores. Sete anos após ter deixado o Brasil para se dedicar à carreira internacional, o artista tem pensado, com frequência, no retorno à terra natal.
Homenageado especial da atual edição da Comic Con Experience (CCXP) — evento dedicado à indústria audiovisual e à cultura pop, e que se estende até domingo (8), em São Paulo —, Wagner Moura afirmou, em entrevista ao GLOBO, que cultiva a certeza de que não quer ficar “por muito mais tempo” na terra do Tio Sam — e que ele e a esposa planejam deixar os EUA assim que todos os filhos ficarem adultos. Mas, afinal, porquê?
— Meu axé está em Salvador — ele brinca, ao comentar sobre a cidade onde nasceu e foi criado. — O que me faz um ator diferente, minimamente interessante no mercado internacional, é porque sou de Salvador. Quando eu entro em uma sala eu digo: ninguém aqui sabe onde é o Pelourinho ou foi à Festa da Boa Morte. Ninguém passou pelo caminho que passei. Penso muito sobre onde quero estar e viver. Não quero ficar aqui [nos EUA] por muito mais tempo, embora esteja bem e tenha muitos amigos. Acho que sigo aqui nos Estados Unidos muito por conta dos meus filhos. Há a escola, os amigos deles… Tenho pensado para onde vou quando eles forem adultos, e certamente não será aqui.
Papéis marcantes de Wagner Moura no cinema
Ele sente saudade do Brasil — e pensa, sim, na possibilidade de voltar a morar na Bahia, como também afirmou em entrevista a um podcast nesta semana. Aliás, mesmo morando nos EUA, ele faz questão de realizar trabalhos em solo tupiniquim. Exemplo: acabou de rodar o inédito “O agente secreto”, do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho.
— Quero trabalhar no Brasil uma vez por ano! Sempre que estou aí volto como um ator mais inteligente, principalmente quando vou à Salvador — comenta, ao GLOBO. — Volto conectado com quem eu sou.