Os cinco policiais militares acusados de matar Maria Cauane e outras duas pessoas em 2018, durante uma ação no bairro Preventório, em Rio Branco, foram absolvidos pelo júri popular. O julgamento ocorreu na 1ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar da Comarca de Rio Branco e durou cinco dias, com desfecho na noite do último domingo (8).
José Carlos, pai de Maria Cauane, relatou o impacto da morte da filha. “Eu tô seis anos sem passar o Natal com a minha filha”, afirmou. Ele também se queixou da decisão que absolveu os acusados.
Como forma de protesto, os familiares colocaram no chão camisas com a imagem de Cauane e questionaram a validade da sentença. A sogra de Gleiton Silva Borges, outra vítima, também se manifestou. “Esperávamos que a justiça fosse feita, mas quem venceu foram esses militares”, disse ela, que cuida da neta, filha de Gleiton.
O Ministério Público do Acre (MP-AC) anunciou que irá recorrer da decisão. Walisson dos Reis Pereira, advogado da família de Maria Cauane, afirmou que solicitará a anulação do júri, argumentando que a absolvição foi genérica e contrária às provas do processo. Segundo ele, a decisão não está amparada nas evidências apresentadas.
Os acusados foram ouvidos no último sábado (7). Durante o interrogatório, responderam apenas às perguntas feitas pela defesa, pelo juiz e pelos jurados, seguindo orientação de não responder ao Ministério Público.
O caso segue repercutindo, e os desdobramentos jurídicos estão sendo acompanhados pelas famílias das vítimas.