Musical sobre Rock in Rio recompõe história do festival e descortina o retrato de uma época

Criação inédita da dupla Charles Möeller e Claudio Botelho, 'Rock in Rio 40 anos — O musical' é embalado por repertório extenso e variado

O repertório de “Rock in Rio 40 anos — O musical” é um caldeirão denso de ritmos variados. Criação inédita da dupla Charles Möeller e Claudio Botelho, o espetáculo que estreia hoje na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio — em temporada que se estende até 23 de fevereiro —, repassa as quatro décadas de história do maior festival brasileiro de música embalado, oh, yeah, pela mistura de gêneros que virou a marca maior do evento. Entre as mais de 50 letras que costuram a narrativa, há pérolas e “lados B” do pop, da MPB, e, claro, do rock’n’roll.

— São realmente todos os estilos, de Queen a Beyoncé e Cazuza a Katy Perry. É como se a gente ligasse uma “jukebox” em cena — diz o diretor Charles Möeller.

A peça remonta aos meses anteriores ao tal 11 de janeiro de 1985, data em que uma multidão começou a meter os pés na lama para assistir a performances de bandas estrangeiras gigantes, como Queen, Iron Maiden e AC/DC, além de estrelas da música nacional, a exemplo de Rita Lee, Moraes Moreira, Paralamas do Sucesso e Ney Matogrosso. Até que convencesse empresários americanos a incluir o Brasil no mapa do showbiz internacional, o publicitário Roberto Medina (interpretado pelo ator Rodrigo Pandolfo) penou. À época, ele passou 45 dias nos EUA, fez 90 reuniões e ouviu 90 “nãos”. Encenada por uma trupe de 30 atores, entre os quais Malu Rodrigues, Bel Kutner e Gottsha — além de uma banda com nove instrumentistas ao vivo — , a história particular do evento descortina também o retrato de uma cidade (e de um país).

— Há ali uma estética de um período específico do Rio de Janeiro muito abraçada pelo país: eram as garotas douradas, os meninos do Rio, o sotaque do Evandro Mesquita, da Blitz, a linguagem do grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone… — enumera Möeller. — Vê-se uma estética carioca que acabou mudando também a imagem do país.

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