Testemunhas detalham tragédia na boate Se7; empresário cogita proibir agentes armados

Os tiros disparados pelo agente da Polícia Federal Victor Manuel Fernandes Campelo, na madrugada deste sábado (2), na boate Se7 Club que ocasionaram a morte de Rafael Frota, de 26 anos, e feriu outras duas pessoas, causaram um tumulto generalizado no estabelecimento.

De acordo com áudios gravados por testemunhas do ocorrido e enviados a ContilNet nesta manhã, houve muita correria, empurrões e gritos de socorro. Durante os disparos, pessoas presentes no local se apavoraram e deram início a uma fuga desenfreada na tentativa de escapar da trajetória dos tiros.

Uma das testemunhas afirma que estava próxima ao banheiro quando um vão se abriu no salão, e disse que foi possível ver um confusão entre homens onde um deles identificado pela testemunha como ‘maceta’, partiu em direção de um segundo individuo que estava em posse de uma pistola, para desarmá-lo. Após ouvir os disparos a mesma afirma que viu dois homens caídos e um deles gritando de dor com um ferimento na perna, sendo esse o suposto autor dos tiros.

De acordo com o áudio de outra testemunha que afirma estar exatamente ao lado do autor dos disparos na hora do ocorrido, relata que um rapaz chamado ‘Marquinho’ teria “dado em cima” da namorada de um Policial Federal, não aceitando bem o tratamento a menina teria dito palavrões ao galanteador, quando então um amigo de ‘Marquinho’ foi em direção ao casal e derrubou o policial no chão.

Aproveitando-se da situação, outros amigos de ‘Marquinho’ começaram a agredir o policial no chão com chutes e socos, quando esse então sacou a arma e iniciou uma série de disparos com a boate lotada.

“O cara tirou a arma deitado no chão e começou a atirar. A gente viu o fogo da arma, ele estava do nosso lado. A Se7 lotada e o cara pipocou(sic) tudo lá, pegou em gente que não tinha nada a ver, gente com tiro na perna, gente correndo, uma confusão”, afirma a testemunha.

Empresário Leôncio Castro /Foto: Reprodução

Empresário Leôncio Castro /Foto: Reprodução

O empresário Leôncio Castro, proprietário de casas noturnas em Rio Branco, postou em seu perfil do Facebook uma mensagem de solidariedade a família de Rafael Frota[vítima fatal do ocorrido], e afirmou que por inúmeras vezes já pediu que a justiça tomasse medidas mais criteriosas a respeitos do porte de arma dos agentes federais em casas de show, aproveitou ainda para sentenciar que mesmo correndo o risco de ser preso, não permitirá a entrada de armas em seus estabelecimentos.

“Quero avisar aos policiais que andam armados e 90% das vezes embriagados em bares e casas noturnas, que a partir de hoje podem até me prender, mas eu não permitirei o acesso dos mesmos em meus estabelecimentos portando arma de fogo”, declarou o empresário.

A Polícia Federal emitiu nota dizendo que já tomou conhecimento da identidade do autor dos disparos, e confirmou que ele faz parte a corporação. Informou ainda que o policial encontra-se no hospital tratando de ferimentos, e logo em seguida será posto a disposição da justiça.

Abaixo a nota na íntegra:

NOTA DE ESCLARECIMENTO DA POLÍCIA FEDERAL

A Polícia Federal vem a público esclarecer sobre incidente em casa noturna ocorrido no dia 02/07/2016. Inicialmente, confirma a presença de um policial federal no incidente e informa que já instaurou, com a Polícia Civil, todos os procedimentos legais para investigar as circunstâncias dos fatos. O policial federal está no hospital tratando de ferimentos causados por disparo de arma de fogo e das escoriações de possíveis agressões e está à disposição da Justiça.

 

 

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