Um incêndio no mínimo misterioso tomou conta da residência de uma testemunha da ‘Operação Lares’ na noite desta quinta-feira (11), localizada na Rua Indonésia, no Conjunto Cabreúva, em Rio Branco. A casa ficou parcialmente destruída e encharcada com óleo diesel, combustível supostamente utilizado para incêndio criminoso.
A proprietária, Simone da Silva Oliveira, de 30 anos, mãe de três filhos, contou que no momento do ocorrido estava na casa de uma amiga no Bairro Conquista quando recebeu um telefonema de uma vizinha, dando conta de que sua casa estava em chamas. Os próprios vizinhos, antes mesmo da chegada dos Bombeiros, conseguiram arrombar a porta de entrada e controlar as chamas com baldes de água. Logo em seguida, agentes do Corpo de Bombeiros terminaram o serviço. Na entrada da casa foi encontrado óleo diesel, que segundo os bombeiros, teria sido o combustível utilizado para iniciar o incêndio.
A residência faz parte do programa de casas populares do governo e foi alvo de investigação da Polícia Civil durante a Operação Lares, devido o cadastro de Simone estar registrado com outro endereço. A partir daí, Simone conta que recebeu ligações supostamente vindas de servidores da Secretaria de Habitação (Sehab), fazendo ameaças e até a visita de um dos conduzidos coercitivamente durante a terceira fase da ‘Operação Lares’.
Ela foi intimada pelo delegado Roberth Alencar e prestou um depoimento de mais ou menos uma hora de duração, ficando no processo arrolada como testemunha.
“Eu não tenho inimigos ou inimizades, não faço parte de grupo criminoso, sou mãe de três filhos, manicure, solteira e não imagino quem possa ter feito isso, só consigo imaginar que possa ter ligação com essa operação, pois é a única coisa que me vem a mente. Eu não comprei casa, eu não ganhei ela do nada, eu me cadastrei e fui sorteada, minha casa não é ilegal, não sei porque estão fazendo isso comigo”, disse ainda muito abalada, Simone Oliveira.
Mesmo com a porta arrombada e combustível espalhado pela casa, Simone foi aconselhada na Delegacia de Flagrantes (Defla) a esperar até a manhã desta sexta-feira (12), a chegada dos peritos criminais que deverão atestar a real causa do incêndio.
“Eu vou só esperar a chegada dos peritos e logo em seguida vou fazer minha mudança. Pra mim isso foi um aviso, eu poderia estar morta agora se eu estivesse em casa com os meus filhos. Tenho medo do que podem fazer, eu não acuso ninguém, não vi quem fez isso com a minha casa, mas sei que estou correndo risco de vida e peço pelo amor de Deus proteção do Estado”.