O que antes era uma dúvida que pairava entre os irmãos Jorge e Tião Viana, sobre o codinome ‘menino da floresta’ identificado na planilha do Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, tratado pelos investigadores como o “departamento da propinas”, agora é certo: o apelido pertence ao governador do Acre, Tião Viana.
As investigações contra os irmãos Viana – que estão à frente da política no Acre há quase duas décadas – começaram na 35ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada que conduziu coercitivamente para depor o consultor Marcio Antônio Marucci, um ex-assessor do Senado ligado ao senador Jorge Viana (PT-AC). As suspeitas eram que ele pode ter relação com propina negociada pelo ex-ministro da Fazenda e Casa Civil Antonio Palocci, com a empreiteira Odebrecht.
Na planilha do “italiano” – codinome dado a Palocci, consta repasse de R$ 2 milhões da Odebrecht para um certo “menino da floresta”. Numa das páginas está a observação “direto com menino”, o que sugere uma provável negociação direta com o beneficiário.
“Jorge Viana me ligou por volta de 2010 pedindo apoio para a candidatura do irmão Tião Viana. Eu fui muito franco e disse: Jorge, eu não tenho como doar os 2 milhões de reais que você está me pedindo para a campanha do governador do Acre. Isso foge de qualquer relativismo nosso interno.” Esse é o trecho da conversa de Marcelo Odebrecht com Jorge Viana, segundo sua delação premiada.
O dinheiro, que extrapolava o limite de doação legal da empresa, segundo Marcelo, era para a campanha do irmão de Jorge, o governador Tião Viana, o ‘menino da floresta’.
Por meio de nota os irmãos Tião e Jorge têm dito que acreditam na Justiça e que vão provar suas inocências no decorrer das investigações. “O envolvimento do meu nome e do governador Tião Viana, não há nenhuma denúncia de corrupção contra nós, mas questionamentos sobre a arrecadação da campanha em 2010”, disse Jorge Viana.
