Índia morre após parto no interior e hospital não teria remédio para estancar hemorragia

Uma indígena, que não teve o nome revelado até o presente momento, morreu na madrugada deste domingo (21), em Manoel Urbano, após um parto mal sucedido na unidade mista de Saúde daquele município. Segundo informações, a vítima já era mãe de um filho e deveria ter sido submetida a uma cesariana, mas a equipe plantonista decidiu que o bebê viesse ao mundo através de parto normal.

A equipe de reportagem do site SenaOnline apurou que a paciente teve a criança pela parte da tarde, via parto normal, porém, foi acometida por uma hemorragia e sua situação começou a complicar. Várias horas depois é que a equipe do hospital decidiu encaminhá-la para Rio Branco, entretanto, não foi possível devido à falta de uma ambulância adequada.

Fato ocorreu no município de Manoel Urbano /Foto: Reprodução

O vereador Luiz de Castro Fernandes (PSDB) conversou com uma funcionária da unidade mista de Manoel Urbano. Sem revelar o nome, temendo sofrer represálias, a servidora confirmou que faltou um medicamento básico para atender a indígena, remédio que seria capaz de estancar a hemorragia.

“É um absurdo. Em pleno século XXI estamos perdendo vidas por falta de condições nos hospitais, aqui em Manoel Urbano a situação está complicada. Na sessão de terça-feira [23] iremos denunciar esse descaso. Desde já, pedimos providências por parte das autoridades competentes”, comentou o vereador.

A funcionária denunciou também: “Não temos um cateter multivias. Tivemos que furar a paciente todinha para abrir vias. Além disso, está faltando um medicamento que não pode faltar chamado Efortil”, relatou.

Esse remédio em falta na unidade de Manoel Urbano age nos vasos sanguíneos e no coração, aumentando a quantidade de sangue circulante, melhorando o desempenho do coração e aumentando a pressão arterial.

O radialista de Manoel Urbano, Edles Rodrigues, também ficou indignado com o que aconteceu. “É preciso que seja feita uma investigação minuciosa. Quando se trata de vida, não se pode deixar as coisas por isso mesmo, como se estivesse tudo normal. Alguma providência tem que ser tomada”, comentou.

O Ministério Público do Acre (MPAC) deverá instaurar um procedimento com o fito de apurar a morte dessa indígena e esclarecer à sociedade se houve ou não negligência por parte do Estado.

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