Ato político em Rodrigues Alves terminou com mal-estar entre vereador e o governador Tião Viana

A tentativa de desqualificar o trabalho do senador Gladson Cameli (PP/AC) e da deputada federal Jéssica Sales (PMDB/AC) durante ato político do lançamento do Plano Safra, em Rodrigues Alves, na sexta-feira (16) acabou gerando um mal-estar e sobrando para o governador Tião Viana.

Indignado com as críticas feitas aos parlamentares, o presidente da Câmara Municipal de Rodrigues Alves, vereador Saulo Vasconcelos, quebrou o protocolo e antes da fala do governador Tião Viana abriu o verbo.

“O que me deixou mais indignado foi o comportamento do governador, de vim querer causar intrigas dentro do nosso município em um ato que deveria ser de políticas públicas para os produtores. Ele levou todo o tempo tentando queimar a imagem do senador Gladson, dizendo que ele apadrinhou a BR 364, portanto, não podia reclamar que outros deputados não corressem atrás de recursos para a rodovia”, comentou Vasconcelos.

Evento aconteceu na sexta-feira (16)/Foto:ContilNet

Outra expressão utilizada pela bancada de deputados estaduais e federais presentes ao evento, que irritou os vereadores locais, foi de “engravatados do Juruá”, jargão dirigido a Jéssica Sales e Gladson Cameli.

“Não queriam me deixar falar, mas eu fiz questão de externar a minha decepção. Ora, os engravatados do Juruá, foram os que mandaram mais de R$ 6 milhões de emendas para Rodrigues Alves. Eu pedi para cada um deles, ao invés de vim criticar, destinasse emendas como o senador e a deputada Jéssica destinaram”, acrescentou o presidente.

Focando no governador, Vasconcelos lembrou promessas feitas por Tião Viana em palanque, no ano de 2010, até hoje não cumpridas pelo Executivo, entre elas, a ponte sobre o Rio Juruá que liga a BR-364 ao município de Rodrigues Alves e o programa Ramais do Povo.

“O homem público tem que ter verdade e ser íntegro. Eu sou um simples presidente da Câmara Municipal, mas jamais vou me calar diante dessas críticas. O que mais falaram foi de BR-364 e reforma da previdência. O Gladson e a Jéssica são filhos do Juruá, jamais poderiam ficar de braços cruzados e ver a BR-364 fechar”, concluiu o vereador.

A reportagem teve acesso ao áudio gravado do discurso do governador Tião Viana, que após ouvir o que não quis, falou de desemprego, ódio, mentira, injúria e calunia, ao se referir ao governo de Michel Temer.

Depois, o governador disse que não ia falar sobre a BR-364, mas se colocou como o homem que interligou de a rodovia de inverno a verão quando assumiu o governo, gastando, segundo o estadista, “o que não tinha, já que o Governo Federal não colocava recursos suficientes”.

Tião chamou de “pequena” a oposição que cobra os investimentos na ordem de R$ 1,6 bilhão nos 650 km da rodovia. Segundo o governador, esse dinheiro todo foi aplicado desde 1969 quando começou a interligação entre Rio Branco e Sena Madureira.

“Nos forçaram a sair da BR, o Governo Federal assumiu, ainda pedi a presidente Dilma para deixar R$ 230 milhões, agora só falam em R$ 130 milhões e a BR nunca ficou tão sofrida”, disse o governador.

O clima esquentou quando Tião Viana falou que a responsabilidade pelo trecho da BR-364 até o município de Rodrigues Alves é do DNIT. Ele chamou o vereador Vasconcelos de mentiroso. Em entrevista à ContilNet, Vasconcelos disse que falou do trecho de acesso à cidade.

“Ele [o governador] ficou tão nervoso que esqueceu das suas promessas que era a ponte e o acesso à cidade de Rodrigues Alves. Prometeu isso em cima do palanque, em 2010 e não fez. Esse trecho é sim de responsabilidade do estado e não do DNIT”, esclareceu o vereador.

Tião Viana se comprometeu em recuperar o acesso à cidade, falando em responsabilidade social disse que atenderia ao pedido do prefeito Sebastião Correia. O Plano Safra, que deveria ser o foco do ato institucional, vai investir R$ 4 milhões no setor produtivo do município.

PUBLICIDADE