Francineudo Costa: “Toinha Vieira pode ser indicada pelo PSDB como vice de Gladson Cameli

Depois do fim da luta fraticida entre o ex-deputado federal Marcio Bittar, agora pertencente ao PMDB, e o deputado federal Major Rocha (PSDB), o partido dos tucanos parece querer adotar novas posturas. O presidente da executiva municipal em Rio Branco, Francineudo Costa, anuncia novas filiações, participa ativamente de reuniões da oposição e, nesta entrevista exclusiva, garante que o PSDB vai apontar novos rumos para o Acre.

O jovem dirigente se orgulha de seu passado humilde, da formação acadêmica e das influências de políticos/Foto: reprodução.

O jovem dirigente se orgulha de seu passado humilde, da formação acadêmica e das influências de políticos como Marina Silva. Acredita estar no lugar certo e na hora certa. “Para mim, conduzir o PSDB é uma honra e uma enorme responsabilidade”, declarou Francineudo, que, por causa de suas posições na busca por coerência política, tem espaços partidários restritos.

Nesta entrevista, ele fala daquilo que mais gosta, a política, a seu ver é a forma mais apropriada de interferir de forma proativa na vida das pessoas. “Como disse um pensador, a política é para servir”, assim interpreta, afirmando que os tucanos não estão à procura de heróis, mas de um projeto político coletivo capaz de melhorar a vida dos acreanos.

Francineudo Costa assegura que está ajudando a construir um partido forte e conectado com a sociedade, sem precisar mudar de nome. “A mudança é algo mais além, mais profundo. É mudar a prática e os costumes, democratizando as decisões partidárias, trazendo a eficiência e o comprometimento com uma sociedade melhor”, assim concebe o dirigente.

Veja os principais trechos da entrevista:

ContilNet – Como está o PSDB acreano?

Francineudo – Nos últimos dois anos passamos por um período conturbado. Havia um conflito interno entre dois líderes políticos. Isso engessou o partido, afastando as pessoas. Graças a Deus isso é passado. Um desses líderes se desligou e foi para outro partido. Agora iniciamos uma organização interna, que redundará no fortalecimento do partido. Como dirigente, tenho feito esse trabalho. Recentemente fizemos um seminário cujo tema era a autocrítica e as perspectivas para 2018. Foi um debate extraordinário porque as pessoas querem falar. Aconselho os demais partidos a adotarem essa prática. Neste momento de crise profunda é necessário que façamos uma autocrítica do modo como a gente tem conduzido a política. Não é por acaso que existe um enorme descontentamento na sociedade. Precisamos enxergar onde estamos errando, nos modificar e apontar novos rumos para o Acre.

ContilNet – Como é dirigir aquele que já foi o maior partido de oposição e agora é quase um nanico?

Francineudo – Essa situação de altos e baixos acontece em todos os segmentos. Acontece nas igrejas, empresas, numa gestão pública, etc. O PSDB não é diferente. Passamos por esse período de desidratação, mas já estamos vivendo outro momento. Estamos nos aproximando da sociedade, defendendo o que ela está clamando. Eu vou citar uma frase do saudoso Mário Covas: é possível conciliar política com ética, honra e mudanças. Nós estamos resgatando esses valores. Estamos refundando o partido assentados em valores éticos e morais. O também saudoso governador Franco Montoro dizia que o partido deveria estar distante das benesses do poder e próximo das ruas.

ContilNet – O senhor fala de política com grandeza, ou seja, movida por causas nobres ou republicanas. Por que então o PSDB insiste tanto para indicar o nome do vice do pré-candidato Gladson Cameli?

Francineudo – Nós entendemos que isso é um processo natural do debate. O PSDB, da mesma forma que o DEM, vai apresentar um candidato a vice. Isso é legítimo. Estamos discutindo nomes que expressem características agregadoras. Nomes afinados com a sociedade e que apresentem uma postura diferenciada dos políticos tradicionais, além da facilidade de dialogar com a sociedade. O ex-deputado federal Sérgio Barros, a ex-prefeita de Sena Madureira Toinha Vieira, a Branca de Senador Guiomard, o do ex-prefeito de Porto Acre, Carlinhos Portela, e a jornalista Mara Rocha são as nossas indicações. Por causa da correlação de força, o PSDB reúne as condições de fazer a indicação. Temos tamanho pra indicar o pré-candidato a vice-governador pela oposição.

ContilNet – Como o senhor avalia a administração do prefeito Marcus Alexandre?

Francineudo – Ruim. Existe um número excessivo de secretarias e cargos comissionados. O fisiologismo é estratégia do PT para se manter no seu projeto de poder. Às vezes até existe o setor, mas não existe orçamento para a execução dos serviços e, dessa forma, vão se avolumando os problemas. Todo esgoto da cidade vai direto para os rios e igarapés sem tratamento prévio. O transporte coletivo é precário, as ruas estão cheias de buracos e precisamos de cinco mil vagas para crianças na pré-escola. Na zona rural o descaso é ainda maior. Amargamos o pior PIB do país, posto que o modelo econômico do governo petista é fantasioso. Para piorar a situação, a corrupção campeia em alguns setores da administração. O prefeito precisa dar uma explicação para o sumiço de dezenas de milhões da Emurb.

ContilNet – A insatisfação dos cidadãos com o sistema político é cada vez maior. Comente sobre os escândalos de corrupção e a crise institucional?

Francineudo Costa – Estamos vivendo uma crise de representatividade na classe política, no movimento social e na maioria das instituições. Aliada à crise econômica, existe uma degeneração moral e ética. A política, que é intrínseca a todos nós, surgiu da necessidade de se dialogar e equacionar interesses do cidadão. Para participar dela é preciso ter grandeza, espírito público e causas para defender na sociedade. A maioria dos políticos não defende a coletividade. Estão lá com outros propósitos. Daí a frustração e indignação das pessoas. O PT nivelou a política por baixo. Era o partido da esperança e justiça social, porém se transformou num partido de criminosos.

ContilNet – É possível conciliar política e ética?

Francineudo Costa – É obrigatório. Mário Covas, Franco Montoro, Darcy Ribeiro, Pedro Simon, Rui Barbosa, entre outros, são exemplos de que é possível política e ética caminharem juntas. Eu acredito tanto nisso que me exponho como dirigente e pré-candidato.

 

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