“Governo usa discurso ambiental para conquistar recursos, mas não faz melhorias”, diz Sinhasique

A deputada estadual Eliane Sinhasique (PMDB) criticou, na manhã desta terça-feira (21), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), a falta de investimentos nas populações das Florestas. Segundo ela, o Governo usa o discurso ambiental para conquistar recursos, mas não investe nas populações residentes nos projetos de manejo.

“Precisamos fazer algo urgente, porque essa história de o Governo receber os créditos de carbono, receber o dinheiro dos organismos internacionais, do Governo Federal, para essas causas ambientais sem trazer esses recursos para as comunidades que vivem e que preservam as florestas não está certo”.

Em 2016, a deputada preparou um minucioso relatório do manejo florestal nas Reservas Chico Mendes e Antimary e descobriu que a maioria dos benefícios que deveriam ter sido feitos nas comunidades não foi executado.

Deputada Eliane Sinhasique/Foto: Ascom Aleac

“O Governo tão somente age como polícia, opressor, penalizador, para quem tira uma árvore para construir a sua casa. Identificamos falhas dentro das reservas Chico Mendes e Antimary. Fizemos uma denúncia ao Ministério Público Federal, porque em nome dessas comunidades isoladas que vivem dentro das florestas, o Governo do Estado faz acordos internacionais e nenhuma melhoria é feita para essas comunidades”.

As famílias, residentes nas áreas de conservação, que deveriam ter sido beneficiadas com educação, saúde, abertura e melhoramento de ramais, serviço de telefonia, são em sua grande maioria analfabetas, não tem acesso aos serviços de saúde e de energia elétrica.

“O dinheiro que o Governo arrecada não chega em benefício para essa população. Não chega no Antimary, não chega no Cazumbá, não chega na Resex Chico Mendes. Quem preserva precisa ter uma parte nesses recursos”.

O manejo florestal beneficia madeireiros e Governo, em detrimento dos povos da floresta e da própria floresta. “Os marceneiros dos polos moveleiros de Acrelândia, Epitaciolândia, estão serrando MDF, porque a madeira legalizada dos projetos de manejo vão embora do Acre. Elas geram emprego e renda em outros lugares”.

 

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