A pacata cidade de Manuel Urbano, munícipio distante 215 quilômetros de Rio Branco, tornou-se o que os pouco mais de 6 mil habitantes denominam hoje ser território do medo, dada a onda de roubos, assassinatos e os constantes tiroteios entre as facções criminosas Comando Vermelho e Bonde dos 13.
O último fim de semana, por exemplo, foi mais uma vez marcado pelo pânico. Na sexta feira (15) houve tiroteio entre as facções no Bairro da Pista em plena luz do dia, causando correria entre os moradores. No sábado (16) mais um tiroteio. Dessa vez, um integrante do Bonde dos 13, identificado por “Maluquinho”, recebeu 5 tiros, mas não corre risco de morte.
No domingo (17) houve mais uma ação dos bandidos no bairro Palheiro, região dominada pelo tráfico. Durante o tiroteio, o cabeleireiro conhecido na comunidade como “Pé de Anjo” foi atingido por um tiro e corre o risco de ficar deficiente.
Já no início desta semana, na segunda-feira (18), mais uma vez o terror se fez presente no bairro Bosque, onde em mais um tiroteio o adolescente Lucas Almeida, de 17 anos, foi baleado nas costas, não resistiu ao ferimento e morreu. Ainda durante o confronto, Lucas de Lima, de apenas 15 anos, também foi ferido com um tiro e teve que ser transferido para a Capital em estado grave.
Segundo um líder comunitário que pediu para não ter o nome citado na reportagem, um ofício já foi encaminhado ao Governo do Acre e à Secretaria de Segurança pedindo providências, mas até o momento nada foi feito.
Conta ainda o líder comunitário: “A situação chegou a tal ponto que a partir das 19h ninguém mais sai nas ruas. Nem para ir à igreja. O comércio fecha as portas mais cedo e a noite só se escuta o ‘pipoco’ dos tiros. Infelizmente Manuel Urbano virou um faroeste”, lamenta ele.