Por que os brasileiros continuam caindo em golpes na Internet?

Ano após ano as instituições financeiras investem bilhões na segurança digital para garantir a integridade das suas informações bem como a dos seus clientes. Segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), as organizações bancárias têm investido cerca de R$ 20 bilhões ao ano para o reforço de suas infraestruturas digitais, buscando reduzir o número de ataques e garantir a segurança durante a autenticação dos clientes.

Apesar de todos os esforços, os crimes virtuais ainda preocupam – e muito – as entidades e a população. Apenas em 2017 foram cerca de 62 milhões de brasileiros vítimas de cibercrimes, representando 61% de toda a população adulta conectada do país; os prejuízos totalizaram US$ 22 bilhões. Os dados são da Norton Cyber Security Insights Report.

Dentre os tipos de fraudes, uma das mais comuns é o vazamento de dados de cartões de crédito. Em um levantamento da UPX Technologies, até meados de março deste ano foram registrados 77.300 casos ocorridos nas principais instituições financeiras do País, tanto privadas quanto públicas. Ou seja, foram provavelmente quase 80 mil pessoas físicas ou jurídicas financeiramente lesadas, em um mercado que pode sofrer danos ainda maiores, diante do amplo espectro de oportunidades para os criminosos. Segundo levantamento realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs), cerca de 50 milhões de cartões são emitidos por mês, totalizando 600 milhões ao ano com uma movimentação superior a R$ 1 trilhão.

Mesmo com as altas cifras investidas, os cibercriminosos ainda conseguem burlar os sistemas, gerando prejuízo para o cliente ou para a instituição, que precisa ressarcir o consumidor em casos de golpes comprovados.

Para isso, além do investimento, as empresas desse segmento devem priorizar ainda mais a segurança e a idoneidade dos dados de seus clientes, entendendo que dessa maneira os ataques cibernéticos serão menos eficazes e de menor alcance. Já os usuários, por sua vez, precisam definitivamente da conscientização sobre as boas práticas de navegação. A orientação em torno dos riscos da Internet é um grande passo para a prevenção de fraudes.

Apenas em 2017 foram cerca de 62 milhões de brasileiros vítimas de cibercrimes/Foto: Reprodução

Hoje, um dos principais pontos de vazamento de informações de cartões de crédito é falta de investimento em segurança por parte de pequenas e médias lojas virtuais, que não tomam o devido cuidado na gestão das informações dos clientes. Essas vulnerabilidades tornam os estabelecimentos grandes alvos dos criminosos, já que são caminhos fáceis para a interceptação de cartões com dados completos, como nome, CPF, endereço, data de nascimento, entre outros. Há, ainda, campanhas de phishing, por e-mails que simulam ofertas em lojas conhecidas.

O discernimento do consumidor nessa hora é fundamental para identificar a falta de certificados de segurança ou do uso de intermediadores de pagamento confiáveis para realizar as transações nas lojas virtuais e para a manutenção dos dados para próximas compras. A consciência é importante também no momento de identificar um e-mail falso, que geralmente traz erros gramaticais e levam para links suspeitos.

Além dos pontos de atenção, é essencial a utilização de softwares de proteção e anti-vírus para que seus dados não sejam roubados por terceiros, além de contar com senhas seguras e que sejam diferentes para cada perfil – contas bancárias, e-mails ou redes sociais.

Dessa maneira, a sociedade terá um ambiente mais seguro no âmbito digital, priorizando os usuários que buscam na tecnologia benefícios e facilidades para suas atividades cotidianas e querem, por consequência, menos riscos e dificuldades.

Bruno Prado — CEO da UPX Technologies, empresa especialista em performance e segurança digital – www.upx.com

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