Prefeito Marcus Alexandre evita agenda com Tião Viana para evitar desgaste político

Tendência

A julgar pelo descrédito da classe política nacional, da qual, é óbvio, não estão salvos nossos representantes públicos acreanos, é grande a possibilidade de haver uma profunda renovação na Assembleia Legislativa do Estado nas eleições este ano.

Pra ilustrar

Para que o eleitor tenha ideia da desesperança do brasileiro, em 2016, somando-se os que não compareceram às urnas aos que votaram em branco, o percentual cresceu 6% – de 26,5% para 32,5%.

Acreanos nas urnas

No Acre, os números são menos expressivos: houve 17,46% de abstenções e votos em branco nas eleições de 2014, contra 18,39% em 2016.

Indecisos

Com a crise que se abateu sobre a classe política, esse número tende a aumentar no pleito de outubro deste ano. Pesquisas de intenção de voto – algumas das quais para consumo interno dos partidos e alianças – mostra que ainda é grande, a seis meses da eleição, o contingente de indecisos.

Tendência

Esse preâmbulo leva a uma segunda ilação, relacionada aos dados já citados: o eleitor se inclina a votar em candidatos debutantes, cansados que estão dos políticos de carreira.

Em caminhos diferentes

Sabe-se que pelo menos três integrantes da Aleac não disputarão a reeleição. O presidente da Casa, Ney Amorim (PT), é virtual candidato ao Senado. Jesus Sérgio e Eber Machado (ambos do PDT) deverão disputar vaga na Câmara Federal. E o emedebista Chagas Romão anunciou sua ‘aposentadoria’.

Pitaco

Restam 20 componentes, dos quais, muito provavelmente, menos da metade tem chances reais de voltar ao parlamento estadual. Trata-se apenas de um palpite, calcado no inexorável desejo por mudanças e – friso – pela fadiga do eleitor com as velhas raposas que sempre tomaram conta do galinheiro.

A vez dos novatos

Mas atenção: o raciocínio acima exposto vale bem mais para os cargos proporcionais, não obstante refletir-se nas escolhas majoritárias – e um bom exemplo é a ascensão do fenômeno eleitoral que atende pelo nome de Jair Bolsonaro (PSL).

Onda pra surfar

Seguindo essa linha, é lícito pensar que o pré-candidato ao governo coronel Ulysses Araújo terá o apoio de uma considerável parcela do eleitorado acreano. É sensato, por parte dos seus adversários, portanto, não subestimarem sua presença na disputa ao Palácio Rio Branco.

Velha receita ainda válida

De volta aos deputados – tanto os estaduais quanto os federais –, apesar da minha argumentação anterior, vai continuar pesando na eleição de alguns a força financeira, a estrutura de campanha e a influência política dos padrinhos. Afinal de contas, velhas receitas não perdem a validade do dia para a noite, não é verdade?

A vez dos neófitos

Ainda assim, a vez será dos novatos – desde que o discurso não caia na tentação de imitar os velhos vícios e jargões que acabaram por se configurar, ao longo do tempo, na ojeriza do eleitorado pela política.

Xilindró

Feriado prolongado passou e alguns não foram informados de que quatro amigos e colaboradores próximos do presidente Michel Temer (MDB) acabaram apanhados na tarrafa da justiça, lançada na piscina dos tubarões pelos agentes da Polícia Federal.

Senhor da razão

Com a prisão do quarteto, somada ao destino do ex-deputado Eduardo Cunha e a do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, desfaz-se o discurso cretino de que a Lava Jato, o MPF, o juiz Sérgio Moro, a CIA e o presidente Trump e os marcianos só miram o PT. Ah, nada melhor do que o tempo e a sensatez que dele decorre para contrariar o cinismo da esquerda e sua pregação desavergonhada…

Reta final de mandato

Prefeito Marcus Alexandre (PT) reapareceu com tudo nos últimos dias. E em plena quinta-feira de feriado participou da entrega de máquinas agrícolas, cuja aquisição foi possível graças a uma emenda destinada à capital pelo deputado federal Flaviano Melo (MDB).

Operação ‘esvazia’

Ex-vice presidente do DEM no Acre, Frank Lima foi encarregado de causar a grande revoada no partido depois que o deputado federal Alan Rick assumiu a presidência regional. No interior, a debandada tem sido grande, segundo fonte da coluna.

Tamanho não é documento

Tião Bocalom deverá filiar-se ao Patriotas, presidido no estado pela esposa do coronel Ulysses. Mesmo sem estrutura e em uma aliança pouco expressiva, Bocalom será bem votado para a Câmara Federal – isso se não for o campeão de votos, como crê este colunista. Memória eleitoral e sua reputação de político probo são dois fatores que haverão de alavancar sua candidatura.

Sai de retro!

O prefeito Marcus Alexandre não comparece a eventos nos quais o governador Tião Viana figura como protagonista. Além da decepção com o desempenho do aliado no governo, evita o desgaste de ser flagrado em sua companhia.

Pesou na balança

Outrora integrante do grupo de Tião, o prefeito de Rio Branco se bandeou para o lado de Jorge Viana. Sim, leitor, o PT, coeso no discurso e solidário com os seus em público, costuma quebrar o pau nos corredores e é divido em vários times.

Nó górdio

A segurança pública será um dos temas nefrálgicos da campanha deste ano. Ulysses, claro, levará vantagem sobre os adversários, sobretudo quando usar da ironia de que seus oponentes não sabem, como ele, o que é entrar nos bairros mais perigosos para trocar tiros com a bandidagem.

Linha cruzada

Ao coronel da Polícia Militar falta apenas mudar o discurso, a exemplo do que fez na entrevista dada ao site ac24horas, quando afirmou que segurança pública se faz com ‘ações sociais, geração de emprego e educação’. Tais conceitos, por remeter ao ideário de esquerda, deram a impressão de que era Marina Silva a falar no Bar do Vaz.

Prioridades

Mais do que ninguém, o coronel sabe que o combate à criminalidade se faz com polícia equipada, treinada e dedicada às suas funções. Aos nossos policiais só faltam recursos, maior efetivo e melhor treinamento. Empenho eles já têm de sobra.

Dois exemplos

Ao leitor que discorda, vou citar dois exemplos. 1) A Bolívia, o país mais pobre da América do Sul, onde faltam empregos formais, a educação é pior que a brasileira e as políticas sociais são menos eficazes, tem índices de criminalidade menores que os nossos . E 2) Nova York era uma cidade cuja violência obrigou o governo local a tomar providências, as quais acabaram replicadas em outras regiões do país; ao adotar a política de ‘tolerância zero’, Nova York reduziu os índices da violência.

Discurso oco

Gladson Cameli, tendo como vice o Major Rocha (PSDB), também tirará proveito desse tema. Quanto a Marcus Alexandre… Bem, ele haverá de recorrer à lengalenga de que a culpa pela violência no estado é de Michel Temer, que terá menos de dois anos de mandato – contra 14 anos de governo do PT, durante os quais os companheiros ‘esqueceram’ de cobrar ações que resguardassem as fronteiras do país.

Roguemos

Findo o feriado prolongado, e iniciado o mês de abril, muita coisa haverá de mudar com a saída de secretários, adjuntos, diretores e assessores da administração pública, a fim de cumprirem a regra de desincompatibilização prevista na Lei Eleitoral. Só o que vai continuar igual é o governo de Tião Viana – marcado pela pasmaceira do líder e pela ineficiência do seu staff. Que Deus nos ilumine no dia da votação.

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