Agentes do Iapen, Grupo Tático e Polícia Militar que faziam neste sábado (12) a segurança no presídio Manoel Neri da Silva, em Cruzeiro do Sul, evitaram a fuga de onze detentos do pavilhão B. O grupo tencionava escapar através de um buraco escavado na parede da cela de número 6.
Segundo o diretor da unidade prisional, Saulo Araújo, o compartimento usado pelos detentos na tentativa de evasão é originalmente ocupado por seis pessoas, mas no momento do flagrante havia onze no local.
Os primeiros ruídos decorrentes da escavação foram detectados às 10 horas da manhã, após o abrandamento da forte chuva que caiu sobre a região. Mas a ação que frustrou a fuga só pôde ser consumada por volta das 16 horas.
“Havia cerca de 45 visitantes no pavilhão, e por isso tivemos a precaução de não invadir o local, o que poderia provocar um motim com a possibilidade de uso de reféns”, esclareceu Araújo entrevista concedida por telefone à reportagem da ContilNet.
Uma vez ouvidos os barulhos causados pelos detentos, a direção da unidade prisional determinou que o Grupo Tático, agentes penitenciários e policiais militares localizassem a origem dos ruídos e monitorassem a ação pelo lado externo do prédio.
Segundo Saulo Araújo, o pavilhão B abriga aproximadamente 120 presos condenados ou à espera de julgamento por tráfico de drogas, roubos e homicídios. Trata-se de um espaço ao qual são enviados membros da facção criminosa Comando Vermelho.
Durante a ação da equipe de segurança neste sábado, foram encontrados com os presos um facão artesanal e pelo menos 12 estoques (ferros removidos da estrutura do prédio e usados como arma após ter uma das extremidades afiadas).
Providências e depoimentos
Após a confirmação da tentativa de fuga, os onze envolvidos foram remanejados para outra cela, onde permanecem isolados dos demais.
Na próxima segunda-feira (14), eles deverão ser ouvidos pelo delegado de Polícia Civil e certamente responsabilizados por dano ao patrimônio e tentativa de quebra da ordem interna.
Saulo Araújo acrescentou ainda que a abertura na parece da cela daria acesso a um corredor resguardado por um posto de vigilância, e por onde também transitam servidores e populares nos dias de visita. A hipótese mais provável, segundo ele, é de que os fugitivos tencionavam render os agentes na tentativa de chegar à parte externa da penitenciária. Os estoques e o facão artesanal encontrados com os presos reforçam essa tese.
“Os agentes que compõem a segurança do presídio estão de parabéns pelo trabalho que evitou a fuga de homens que representam perigo à sociedade. É preciso ressaltar ainda que toda a ação foi feita com planejamento e cautela, a fim de se preservar a segurança dos visitantes”, concluiu ele.