Sobre governo Temer, Jorge Viana afirma: “Dois anos de desastres para o Brasil”

O senador Jorge Viana (PT-AC) classifica como “um desastre” os dois anos de governo Temer, comemorados no Palácio do Planalto na última terça-feira. Da tribuna do Senado, o parlamentar avalia que os brasileiros “caíram numa armadilha” ao apoiar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, mas o quadro econômico e social não melhorou, apesar da propaganda do governo. “A situação está muito pior, a situação dos brasileiros também está pior e as incertezas são maiores”, disse.

“Venderam a ideia de que este ano o Brasil cresceria de 2,5% a 3%. Mentira. Nós estamos em maio, metade do mês de maio. Sabe o que aconteceu agora? Uma queda do PIB”, ressaltou, lembrando que de acordo com o Banco Central, a atividade econômica recuou 0,13% no primeiro trimestre deste ano. “É um absurdo, é uma insensatez”. Ele lembrou que o país tem agora 13,1 milhões de desempregados.

Citando dados e indicadores econômicos, Viana comentou que o país enfrenta uma situação dramática, com o aumento da miséria e a piora da qualidade de vida de todos. “Completam-se dois anos de governo Temer, e a tentativa de fazer um slogan deu uma trapalhada sem tamanho, com uma história de 20 anos em dois, como se o Brasil tivesse voltado 20 anos. Não é para brincar, não é para fazer nenhum trocadilho. A situação realmente piorou muito”, disse.

“O preço do botijão de gás no Acre, por exemplo, saltou de R$ 38 para R$ 100”, disse. “As pessoas estão tendo que voltar para o carvão, voltar para a lenha. Foi isso que ouvi no Rio Tejo, no Rio Juruá, no Rio Envira. É isso que tenho ouvido em Restauração, em Thaumaturgo, em Porto Walter, em Cruzeiro do Sul, andando nos bairros, conversando com as pessoas, parando para ouvir os comerciantes”.

Citando dados do IBGE, o parlamentar apontou que a pobreza aumentou e o Bolsa Família deixou de atender a mais de 326 mil casas em 2017. “É um crime, e eu estou entrando com um requerimento, querendo saber as causas desses cortes do Bolsa Família”, disse, comentando que o Brasil segue como um dos mais desiguais do planeta. “Este país é muito desigual: 36% dos brasileiros têm menos dinheiro do que 1% dos mais ricos. Nenhum país do mundo dá certo assim”, avalia.

INDICADORES

Ele classificou o governo Temer como ilegítimo e criticou o programa de privatizações. “É um verdadeiro assalto o que o Brasil tem experimentado”, lamentou. “Um governo que piorou a vida das pessoas, não entregou nada que prometia. Só quem ganhou nesse período foram os que apostaram na jogatina de compra e venda do patrimônio brasileiro a preço de banana”.

Ele criticou a tentativa de privatizar empresas como a Petrobras e a Eletrobrás. “O governo Temer, o governo do golpe, o governo do impeachment, é ruim para todo mundo, a não ser para aqueles que estão assaltando o Brasil, para os sócios que estão aí com negócios internacionais, comprando a preços de banana o patrimônio do povo brasileiro”, disse.

Viana se mostrou ainda chocado com a piora geral na área social. “A mortalidade infantil no governo Temer aumentou em 11% no ano de 2016, fora ainda os dados de 2017. E o governo tentando comemorar”, lamentou. Ele disse que dados do IBGE mostram que, em 2017, 900 mil pessoas deixaram de pertencer às classes A e B. “Os mais ricos ficaram mais pobres”.

“Nós experimentamos durante o governo do presidente Lula – a pessoa que deu talvez a mais importante contribuição para o país – a inclusão de milhões de brasileiros com a geração de 20 milhões de empregos”, lembrou. “Houve ainda a criação do Programa Luz para Todos, que tirou da escuridão milhões de brasileiros; fez a indústria brasileira crescer, os empresários ficarem mais ricos, os comerciantes venderem mais. Agora, nós estamos diante de 13 milhões de desempregados”, comparou.

“Fizeram a famigerada reforma trabalhista, e agora um milhão de brasileiros que tinham carteira assinada estão trabalhando sem carteira assinada”, destacou o senador Jorge Viana. “Esse é o resultado do impeachment, do golpe, dessa intervenção que rompeu com Estado democrático de direito, lamentavelmente com a conivência de setores do Judiciário, que seguem afrontando o bom senso brasileiro com falso moralismo, com condenações seletivas e com uma Justiça cheia de parcialidade”.

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