O número é 37% maior que o mesmo período do ano passado. O número de infectados deve aumentar porque é no segundo semestre o período de maior risco de transmissão da doença.
Apenas 1% dos casos de malária não estão na Amazônia. Os dados são do Ministério da Saúde e fazem referência ao cinco primeiros meses de 2018. O estado do Amazonas sozinho concentra cerca de metade dos casos.
Em São Gabriel da Cachoeira – município mais atingido pelo surto da doença, até julho mais de 9 mil casos foram registrados. O número equivale a um quarto da população.
De acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde, a migração de indígenas venezuelanos para a região do Alto Rio Negro influencia no aumento de casos no município, que tem população predominantemente indígena e fica na fronteira com a Colômbia e Venezuela.
Além do fluxo de pessoas entre a área endêmica e a não endêmica, outros fatores apontados pela vigilância em saúde são a descontinuidade de ações e investimentos municipais de combate e controle da malária e a baixa adesão ao tratamento, que é uma das principais ferramentas para se combater a doença.
A preocupação agora é porque a partir de agosto, começa o período sazonal da doença, fase de maior risco de transmissão porque é época de vazante dos rios, onde a reprodução do mosquito é maior, além do calor quando as pessoas se protegem menos.
O presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Bernardino Albuquerque pede que a população permita a entrada dos agentes de endemias nas casas.
Ele alerta ainda que nos primeiros sinais de sintomas como febre, por exemplo, é importante procurar postos de microscopia para fazer o diagnóstico. Os infectados devem também concluir o tratamento contra a doença.
O tratamento completo para malária é garantido pelo SUS – Sistema Único de Saúde.
O Ministério da Saúde informou que em junho deste ano, uma portaria autorizou o repasse de recursos do Fundo Nacional de Saúde, totalizando mais de R$ 10 milhões, para intensificação das ações de controle da doença, aos estados e alguns municípios prioritários do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima.
O Ministério informou ainda, que 300 mil unidades de mosquiteiros impregnados com inseticidas serão distribuídos para nove estados da região Amazônica.