Sondagem de intenção de voto feita pelo Ibope no Acre, a pedido da Rede Amazônica, mostra o senador Gladson Cameli (Progressistas) e o ex-prefeito de Rio Branco Marcus Alexandre (PT) tecnicamente empatados na disputa pelo governo. O instituto, porém, costuma errar em suas projeções eleitorais no estado.
Divulgado nesta quarta-feira (22), o mais recente levantamento do Ibope contraria os resultados aferidos por outras duas empresas: Delta e Data Control, cujos resultados mostram o candidato de oposição com dois dígitos de vantagem sobre o adversário petista.
Segundo o Ibope, Gladson Cameli (Progressistas) e Marcus Alexandre (PT) teriam, cada um, 37% das intenções de voto. Em seguida aparecem o coronel Ulysses Araújo (PSL), com 8%; Janaína Furtado (Rede), com 3%; e David Hall (Avante), com 1%. Votos em branco/nulos somam 7%, e os que não sabem ou não quiseram responder, 7%.
Registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE/AC) sob o número 08479/2018, a pesquisa ouviu 812 eleitores entre os dias 18 e 21 de agosto.
Erros crassos
Na eleição ao governo do Acre de 2014, a três dia da votação em primeiro turno, o Ibope divulgou os números de uma pesquisa de intenção de voto. Segundo o resultado, Tião Viana (PT), que tentava a reeleição, aparecia com 47%, contra 23% de Marcio Bittar (então no PSDB) e 23% de Tião Bocalom (então no DEM). Abertas as urnas, Bittar obteve 30,1% dos votos, e foi ao segundo turno contra o petista. Com margem de erro de 3%, a imprecisão do Ibope em relação ao adversário de Tião Viana foi, na verdade, de 7,1%.
No segundo turno, o Ibope voltou a fazer sondagem no estado. Às vésperas da votação, o instituto sustentou que Tião Viana teria vantagem de 10 pontos percentuais sobre o adversário do PSDB: 55% do primeiro contra 45% do segundo. Apurados os votos, a diferença foi de meros 2,58% em favor do petista – outro erro de mais de 7 pontos percentuais.
Em outubro de 2012, no segundo turno da disputa pela prefeitura de Rio Branco entre Marcus Alexandre (PT) e Tião Bocalom (então no PSDB), o Ibope divulgou, dias antes da votação, o resultado da sua última pesquisa eleitoral: o candidato petista aparecia com 51% das intenções de voto, e o de oposição, com 45% – uma diferença, portanto, de 6 pontos percentuais. Abertas as urnas, Marcus Alexandre venceu Bocalom por meros 1,54%.
Mais desacertos
Também nas sondagens para presidente da República, o Ibope nunca acertou no Acre. Em junho de 2010, o instituto apontava empate técnico entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), atribuindo 37% das intenções de voto a cada um deles. A apuração final no estado deu a Serra 52,12% dos votos válidos, contra 23,92% de Dilma – uma diferença de estrondosos 28,2%!
Em 2014, o instituto voltou a fazer pesquisa de intenção de voto para presidente no estado. O resultado foi o seguinte: Marina Silva 43%, Dilma Rousseff 29% e Aécio Neves 22%. Mas a apuração mostrou outra coisa: Marina 41,99%, Aécio 29,08% e Dilma 27,98%.