Desmatamento na Amazônia aumentou 40% nos últimos 12 meses, diz instituto

Pesquisadores do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) concluíram que o desmatamento na Amazônia aumentou 40% nos últimos 12 meses.

O desmatamento chegou ao coração da Amazônia: o cinturão verde que atravessa os estados do Acre, norte de Mato Grosso, sul do Amazonas, parte de Rondônia e vai até o oeste do Pará.

Foi nessa região, por onde passam três rodovias federais, que se concentrou a maior parte das derrubadas.

“Uma área de contenção do desmatamento, onde deve se concentrar áreas protegidas para o uso sustentável de produtos da floresta, e o desmatamento ele vai de encontro a esse planejamento macro que existe para região”, diz Carlos Nunes, pesquisador do Imazon.

Nos últimos 12 meses, a Floresta Amazônica perdeu quase quatro mil quilômetros quadrados de mata nativa, uma área que tem 13 vezes o tamanho de Belo Horizonte.
Segundo o Imazon, o desmatamento aumentou 39% em relação ao período anterior. A destruição foi maior em áreas privadas ou sem destinação, assentamentos e unidades de conservação.

Ainda de acordo com o Imazon, 83% das derrubadas se converteram em áreas de pasto e agricultura.

O Imazon também alerta para outro tipo de desmatamento, menos visível, mas que vem crescendo na Amazônia: a degradação florestal. Ela é provocada por pequenas queimadas e pela extração seletiva de madeira. Esse estágio, que antecede a destruição total da área, aumentou 220% no mesmo período.

O ano eleitoral é apontado pelo Imazon como uma das principais causas do aumento da destruição da floresta. O resultado, segundo os pesquisadores, é que o ritmo das derrubadas na Amazônia voltou a subir depois de uma redução de 20% em 2017.

“Historicamente, a gente tem observado que, nesses períodos de eleição, tem uma redução desse trabalho de comando e controle, é uma explicação, possível, plausível para essa redução. Você ter menos esse comportamento de pressão e evitar esse desgaste do próprio governo”, explica Carlos.

O ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte contesta os números do Imazon.

“Não correspondem. Nós fazemos um acompanhamento diário, e esses dados são fornecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Nós estamos mantendo os mesmos níveis de controle, de tal forma que nos indica de que não teremos um crescimento substantivo, significativo no desmatamento da Amazônia, como o que está sendo mostrado e anunciado”.

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