Marcus Alexandre terá de mudar todo material de campanha após decisão de Barroso

Regresso

Depois de alguns dias de folga, estou de volta ao batente. Agradeço ao meu colega e amigo Kléber Bezerra, mais conhecido por ‘Klebão’, por me ter substituído durante essa brevíssima ausência. Minha gratidão leva em conta, também, a qualidade dos textos aqui publicados pelo interino.

Medalhas

Como muitos leitores devem saber, Kléber Bezerra é um veterano da profissão. Fosse ele um militar, ostentaria inúmeras condecorações. Mas como a guerra diária com a notícia não costuma fazer heróis, continuamos – ele e eu – na humilde condição de soldados rasos. O importante, porém, é ter boa pontaria. E disso não podemos nos queixar.

Colheita maldita

O PT está colhendo tudo aquilo que plantou. E o candidato ao governo do Acre pelo partido, Marcus Alexandre, não para de receber más notícias. E elas são tantas que já se observa um certo desânimo até mesmo em sua assessoria de imprensa, que arrefeceu os ânimos no que diz respeito às publicações de fotos e releases nas redes sociais.

Banho gelado

A pesquisa do instituto Delta, que mostra Marcus Alexandre estacionado, há mais de um mês, na casa dos 27% de intenção de voto – enquanto o seu principal oponente, Gladson Cameli (Progressistas), subiu quase 4 pontos percentuais –, foi apenas outro revés sofrido pelos petistas. Procurado pela reportagem da ContilNet, Marcus Alexandre se recusou a comentar o resultado da sondagem.

Mal acompanhada

Pois bem, se não bastasse a derrota dos companheiros quanto à pretensa candidatura de Lula à Presidência, o ministro Luís Roberto Barroso, relator do pedido de registro de candidatura de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou, no último domingo (9), que a coligação do PT pare de veicular propagandas eleitorais com a imagem do ex-presidente na condição de candidato.

É cada uma

Neste ponto de nossa prosa cabe ressalvar o seguinte: a turma da boquinha chegou ao ridículo de pleitear na justiça que Lula participasse dos debates televisivos. Caso isso ocorresse, o Brasil seria o único país do mundo a ter um candidato à chefe de estado a sair pela manhã pra fazer campanha, só retornando ao xilindró à noite, pra dormir. Não é mesmo um acinte?

Dura lex sed lex (A lei é dura, mas é lei)

De volta à decisão do ministro Barroso, fui conferir os termos do seu despacho de domingo. E lá está escrito o seguinte: “em qualquer meio ou peça de propaganda eleitoral dos partidos que integram a coligação, ou de coligação por eles integrada, ou de candidato a eles filiados em todo o país, abstenham-se (o grifo é do ministro) de apresentar qualquer expressão – escrita, oral, pictográfica ou gráfica – referente a candidatura presidencial do ex-candidato Luiz Inácio Lula da Silva, de forma a impedir-se a indução de eleitores em erro quanto à existência dessa candidatura”.

A regra é clara

Segue o texto de Barroso: “em qualquer meio ou peça de propaganda eleitoral dos partidos que integram a coligação, ou de coligação por eles integrada, ou de candidato a eles filiados em todo o país abstenham-se (outro grifo do autor) de apresentar qualquer expressão – escrita, oral, pictográfica ou gráfica – de apoiamento ao ex-candidato Luiz Inácio Lula da Silva, eis que na propaganda eleitoral não se pode apoiar quem não seja candidato”.

Quebrou dentro

Pois é, honorável leitor: o ex-prefeito de Rio Branco e os demais candidatos da FPA que caíram na esparrela de mandar confeccionar material com a imagem de Lula como postulante ao Palácio do Planalto terão de refazer todo seu material de campanha, caso não queiram ser penalizados pela justiça eleitoral.

Jornalismo militante

Ainda sobre a pesquisa da agência Delta, publicada ontem (10) por este portal de notícias, o meu colega Leandro Altheman, do site Juruá em Tempo, tratou de escrever texto na tentativa de desqualificar o instituto.

Fala sério!

Segundo ele, a Delta Agência de Pesquisa teria ‘tradição’ em errar suas projeções eleitorais – sempre em favor da oposição, conforme afirmou no texto. Disse ainda que a empresa teria previsto a vitória de Marcio Bittar sobre Tião Viana, nas eleições para o governo do Acre, em 2014, além de ter prognosticado, em 2016, que a disputa pela prefeitura da Capital entre Marcus Alexandre e Eliane Sinhasique (MDB) seria decidida no segundo turno.

Tá na web

No dia 13 de agosto de 2014, o site ac24horas registrou o seguinte em uma matéria sobre a disputa eleitoral para o governo: “O candidato do PT aparece com 46% nos números do Ibope e na pesquisa do Instituto Delta tem 41%. Os dois institutos dão vitória a Sebastião contra o tucano Marcio Bittar num eventual 2º turno”. Ressalto ainda que a Delta atribuía 20% das intenções de voto a Bittar – portanto, menos da metade do percentual do adversário do PT.

Contraprova

Ora, se a agência Delta admitia que num eventual segundo turno – como de fato houve –, Tião Viana estava propenso a vencer a disputa (como de fato venceu), de onde o escriba tirou a informação de que ela havia prognosticado a vitória de Bittar em primeiro turno?

Embotamento

Quanto à afirmação do jornalista segundo a qual as pesquisas da agência Delta apontavam que a eleição para a prefeitura de Rio Branco seria decidida no segundo turno – quando sabemos que o petista venceu no primeiro –, basta verificarmos, neste portal, que no dia 2 de setembro de 2016 foi publicada matéria de título “Pesquisa ContilNet/Delta mostra Marcus Alexandre com 49,44% e Sinhasique com 29,88%”. Ora, como a margem de erro da sondagem era de 3%, qualquer idiota poderia concluir que Marcus Alexandre tanto podia ter (em números redondos) 46%, quanto 52%. Só Leandro Altheman não entendeu.

Me engana que eu gosto

Pra completar, o colega jornalista afirma crer mais nos levantamentos do Ibope. É um direito seu. Ocorre, porém, que o instituto nunca acertou uma pesquisa no estado. E pra não cansar o leitor com muitos detalhes, registro apenas que na mesma eleição de 2014, na sondagem para o segundo turno, o Ibope dava a Tião Viana vantagem de 10 pontos percentuais sobre Marcio Bittar: 55% a 45%. Apurados os votos, a diferença foi de 2,58% em favor do petista – um erro de mais de 7 pontos percentuais.

Assino embaixo

Retrucado pela ContilNet e pela Delta Agência de Pesquisa, Altheman voltou à carga, Em sua tréplica, reclamou que o texto foi ao ar sem assinatura, a insinuar, talvez, a covardia de quem se encarregou de redigi-lo. Pois estas notas aqui vão subscritas por mim, a fim de que não lhe reste dúvida sobre a identidade do remetente – e nem lhe abunde a soberba de achar que não haja por estas bandas quem ouse contrapor suas ideias.

Rabo de palha

A propósito, sobre esse assunto de textos apócrifos, o site Juruá em Tempo, tão pródigo em louvaminhas ao governador Tião Viana, costuma recorrer ao expediente de publicar suas muitas adulações com o carimbo ‘Da redação’. Vai ver, Altheman ainda mantém algum pudor.

Astúcia

E em relação a sua tentativa de provar que dissera a verdade sobre a Delta, afirmando que quem mentiu foi a ContilNet, basta constatar que dois dos links postados por ele nem sequer contêm os textos, mas tão-somente as chamadas. E como pode alguém desacreditar um instituto de pesquisa com base nos erros que alega ter cometido, enquanto apregoa a credibilidade de outro, que nunca acertou em nenhuma eleição no estado? Assim fica difícil, companheiro!

Toldado pela ideologia

Leandro Altheman, não obstante ser bom jornalista, tem o grave defeito de se deixar dominar pela sua porção de renhido militante de esquerda. A ponto de chamar o governo Temer de ‘ilegítimo’ e de ‘golpistas’ todos aqueles que apoiaram o impeachment de Dilma.

Risível

Pra concluir: nunca vou esquecer o episódio em que Leandro Altheman externava toda sua indignação contra as condições da BR-364 – isso apenas seis meses depois de o DNIT assumir as obras. Via Facebook, ele denunciava a buraqueira na rodovia, chegando ao desplante de cobrar providências ao senador Gladson Cameli. Só mesmo um asno poderia comprar a ideia tão estapafúrdia de que Gladson deveria ser responsabilizado pela BR, sobretudo depois de uma década e meia de desmandos dos governos do PT. Menos, colega, menos.

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