As promessas de Marcus Alexandre, o desatino de Tião Viana e uma lição política de Margaret Thatcher

Pedra no sapato

O atual governador Tião Viana é uma pedra no sapato do correligionário madrugador, que se antes vivia com os pés no chão, agora não os tira da estrada. O candidato petista Marcus Alexandre tem todas as razões para andar com o cenho franzido e o semblante carregado. E o aliado, que governa a todos nós lá do seu gabinete na Casa Rosada, não para de tropeçar na própria língua.

Desencontro

Enquanto Marcus Alexandre tem prometido gerar empregos caso vença as eleições para o governo, Tião Viana usa o microblog Twitter para pregar o boicote a empresas cujos proprietários apoiam – abertamente ou não – o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro (conforme se pode ver na imagem aí abaixo).

Ria se puder

Pra piorar, a postagem usa uma metáfora perniciosa para mencionar o adversário do presidenciável petista Fernand Haddad: “aquele que não mencionamos o nome”, conforme escreveu o governante petista, como se estivesse a se referir ao próprio belzebu.

Querubins

Sim, poderia até ser engraçado não estivesse o candidato do PSL, acusado de espalhar o ódio entre os brasileiros, internado em decorrência de uma facada que levou em Juiz de Fora (MG). O autor da tentativa de homicídio jura que a ordem partiu de ninguém menos que o próprio Deus!

Parênteses necessários

Neste ponto preciso abrir um parênteses para comentar a última notícia sobre o agressor de Jair Bolsonaro: o nome de Adelio Bispo, inexplicavelmente, consta nos registros da Câmara dos Deputados, em Brasília, como visitante, no mesmo dia 6 de setembro – data em que ele, armado com uma faca de mais de 20 centímetros, estava no interior de Minas Gerais para tentar assassinar o presidenciável mais odiado pelas esquerdas no Brasil desde as eleições presidenciais de 1989. O que isso significa? Ora, que Bispo nunca esteve só nessa orquestração que visava sepultar o principal adversário do PT nas eleições deste ano. E sugere que a tentativa de fraude nos registros da Casa visava a criação de um álibi para o celerado.

Manutenção dos marajás

Mas de volta ao tema inicial, o candidato Marcus Alexandre não apenas promete mais empregos para os acreanos, como já disse que manterá o cabideiro estatal criado por Tião Viana. São mais de 2,1 mil cargos comissionados – muitos dos quais com salários que variam entre 14 mil e 22 mil reais.

Como é que é?

E foi além: no evento realizado na Fieac, na noite da última terça (18), o ex-prefeito petista reiterou que deseja criar mais uma secretaria de estado, desta vez, segundo ele, ‘para auxiliar todas as outras no apoio ao produtor rural’.

Geração de empregos

Trocado em miúdos, isso quer dizer que o candidato do PT não apenas pretende manter a mamata daqueles que entraram no serviço público pela janela – beneficiados que foram pela caneta de Tião Viana –, como reafirma que deseja criar ainda mais despesas com uma nova fonte de empregos para correligionários e aliados políticos.

Vergonha alheia

Nem mesmo a candidata Janaína Furtado, da Rede Sustentabilidade (que no Acre não passa de um puxadinho do PT), defende tão grande quantidade de comissionados do atual governo. Indagada a respeito do assunto, no evento da Fieac, ela tratou de afirmar que cortará cargos, caso vença as eleições.

Órgãos decorativos

A propósito, todos os adversários de Marcus Alexandre repetem o que disse Janaína. Principal oponente do ex-prefeito de Rio Branco, o senador Gladson Cameli (Progressistas) prega a extinção de “órgãos meramente decorativos” da atual administração. E eles não são poucos, acredite o leitor.

Desproporção

Segundo Gladson, a máquina pública estatal conta atualmente com 67 instituições, divididas entre secretarias, fundações, autarquias e empresas estatais. Enquanto isso, o estado de São Paulo, acrescenta o progressista, possui apenas 25.

Responda se puder

Há de tudo um pouco na administração do PT – e cada uma destas porções se constitui em enormes despesas a serem pagas pelo contribuinte acreano. E o que dizer, por exemplo, das funções conferidas a secretarias como a de Política para Mulheres, de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis e a de Articulação Institucional?

Pobres, mas enjoados…

No total, as secretarias de estado no Acre somam 23 (até agora, pois o candidato do PT promete a criação de mais uma, não esqueçamos desse detalhe importante!). No ranking dos estados da Federação por Produto Interno Bruto (PIB), ocupamos a 26ª posição, à frente apenas de Roraima. E o Pará, a 11ª. Pois bem, o leitor que se der ao trabalho de checar o portal da transparência do estado mais rico da Região Norte verá que ele possui 18 secretarias estaduais. Cinco a menos que o Acre! Não é lindo?

Que se explodam!

Aliás, das oito marcas listadas na postagem de Tião Viana no Twitter, pelo menos quatro têm filiais no Acre. E elas geram empregos e pagam impostos. E quanto menos venderem, menor será a arrecadação do governo e da prefeitura da Capital. Mas isso é apenas um detalhe besta para quem vive – e muito bem, obrigado! – de política há mais de duas décadas.

Lição 

Em tempos de esquerdismo bocó e de governantes que tentam alvejar empreendimentos que financiam seus delírios de grandeza, nada melhor que recorrermos à lição deixada pela primeira-ministra do Reino Unido, Margaret Thatcher. No poder entre 1979 e 1990, depois de derrotar a esquerda, que quase leva a Grã-Bretanha à falência, ela ensinou: “O socialismo dura até durar o dinheiro dos outros”. E ninguém melhor que os companheiros para provar que Thatcher tinha razão.

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