Desalento é maior entre jovens, mulheres, nordestinos e pouco escolarizados

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou novos dados sobre o mercado de trabalho brasileiro relativos ao segundo semestre de 2018. Segundo o relatório, jovens entre 18 e 24 anos equivalem a 15% da população em idade ativa (PIA) e a 25% dos desalentados. Pessoas com ensino fundamental incompleto respondem por 50% dos desalentados, apesar de representarem aproximadamente 20% da PIA.

Considerando o recorte de gênero, as mulheres respondem por 54,7% dos desalentados. Já entre as regiões do país, o Nordeste tem 59% das pessoas na respectiva situação, seguido do Sudeste (21,4%), Norte (10,9%), Centro-Oeste (4,4%) e Sul (4,3%). Para a composição do relatório, foram considerados os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a pesquisa, são consideradas desalentadas as pessoas que desistiram de procurar emprego por não encontrarem trabalho adequado, não terem experiência profissional ou qualificação, por serem consideradas muito jovens ou idosas ou ainda por que falta de postos de trabalho na localidade onde residem. São consideradas imersas nessa realidade não apenas pessoas desocupadas há muito tempo, mas também quem perdeu a ocupação recentemente.

Pessoas com ensino fundamental incompleto respondem por 50% dos desalentados/Foto: reprodução

Entre o início de 2016 e segundo trimestre do respectivo ano, a taxa de desalentados cresceu de 11,2% para 16,7% segundo a PNAD Contínua. Do quarto trimestre de 2015 ao primeiro trimestre de 2016, pouco mais de 14% das pessoas que transitavam para a inatividade eram provenientes do desemprego e integravam o subgrupo de inativos desalentados. Tal proporção subiu para 22,4% no segundo semestre deste ano.

As razões para a elevação da taxa de desalento envolve, além do tempo de permanência no desemprego, mudanças no comportamento das pessoas. “Vem crescendo a proporção de pessoas que, entre dois trimestres consecutivos, transitaram da atividade para a inatividade e se declararam desalentadas, mesmo não tendo ficado desempregadas ou tendo permanecido muito pouco tempo nessa condição”, destaca o relatório.

 

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