Neste final de semana, mais um episódio divergente que poderia culminar em desgaste político entre o governador Gladson Cameli (Progressitas) e seu vice, Major Rocha (PSDB) foi debelado antes mesmo que houvesse tempo para o “fogo amigo”.
As nomeações de pessoas, por meio de decretos assinados por Rocha, enquanto estava no exercício do governo, na ausência do governador, que foram tornadas sem efeito por Gladson tão logo retornou ao cargo.
Uma dessas nomeações e a mais polêmica, é a da esposa do ex-presidente da Empresa Municipal de Urbanismo de Rio Branco (Emurb), Jakson Marinheiro – investigado por supostos crimes de desvio de recursos públicos – Tayle Dourado, para cargo em comissão na Secretaria de Saúde. A revogação deve ser publicada na próxima edição do Diário Oficial do Estado, entre outras que estão sendo revistas pelo governo.
“Numa máquina grande como o Estado, temos que entender que é quase humanamente impossível para quem pega 50, 60, 70, 100 documentos entre ofícios, decretos e portarias para assinar, fazer esse filtro. O filtro tem que ser prévio e infelizmente, esse filtro falhou nesse caso e em outras situações. Mas isso serve para a gente aperfeiçoar. Além dessas nomeações, estamos revendo outras. O fato é que o governo está ciente e está se movendo para corrigir eventuais erros que venham a acontecer.”, declarou Rocha ao site ContilNet.
O fato é que não é a primeira vez que ações de Rocha são interpretadas como problema político ou de governo.
“Lamentavelmente tem pessoas dentro do nosso próprio grupo, tanto do meu partido, quanto do partido do governador que querem fazer esse jogo. Mas eu fico feliz e tranquilo porque nem da parte do governador e nem da minha há disposição criar clima que cause contenda, Tanto eu quanto ele temos o entendimento de que precisamos um do outro e mais que isso, as pessoas que acreditaram nessa mudança elas querem o governo trabalhando unido e também acredito que as pessoas vão entender que não há espaço para briga e para desentendimentos.”, amenizou o vice-governador.
Outro exemplo recente foi a visita que o vice-governador fez ao Hospital de Urgências e Emergências (Huerb) e que gerou troca de notas ofensivas entre as alas jovens do Progressitas – partido de Gladson – e do PSDB – partido de Rocha.
“Isso gerou uma ciumeira como se a saúde fosse um feudo intocável mas não é. Gestão pública é una, o Estado é uno e as pessoas acreditaram na gente e se eu não acreditasse nas boas intenções do governador, nos bons propósitos eu não iria deixar de disputar a Câmara [Federal] para vir para cá sabendo que nós iriamos ter tantos problemas.”, disse.
Segundo ele, a visita ao Huerb não foi planejada. “Foi uma visita de última hora, mais por conta da reclamação das pessoas. Eu sei e todos nós sabemos que o secretário Alysson [Bestene] herdou um problema e tem feito um esforço gigantesco para sanar. Então qualquer gestor que quer ajudar a sanar o problema tem que conhecer. Fomos muito bem recebidos, ouvimos os reclames da população, dos servidores, mas ouvimos também elogios de algumas mudanças que aconteceram e que já surtiram efeitos positivos. Lógico que algumas coisas precisam ser corrigidas.”, completou.
Rocha declarou também que divergências são naturais. “Isso faz parte do convívio até com a família, dentro de casa, mas quero alertar para aqueles que pensam que vai haver um rompimento meu com o Gladson ou do Gladson comigo que podem ‘tirar o cavalo da chuva’ que não vai haver. Nós temos uma missão muito grande, que é maior do que os meus interesses ou os interesses do Gladson, que é tentar dar um alento àqueles que querem segurança, educação melhor, uma saúde de qualidade e eu tenho certeza que eu e o Gladson temos o entendimento de que só vamos fazer isso juntos.
O vice-governador acredita que o tempo sanará a situação. “Esses interesses outros que estão em torno dessas tentativas de criar intrigas, divergências vão passar com o tempo. Com o passar do tempo, as pessoas vão ver que é infrutífera essas tentativas de nos jogar um contra o outro. Sou um soldado. Então eu estou o aqui para ajudar o governador, ajudar o governo.”, concluiu.